Leia Também:
Formação debate uso de mídias na educação em Camaçari
Centro educacional oferece mais de mil bolsas integrais
Estudante baiano publica livro de fábulas aos 12 anos
A seleção de projetos realizada pelo MEC em parceria com a UFMG tem o objetivo de identificar, mapear e divulgar experiências inspiradoras de gestão pública e projetos pedagógicos de educação integral em tempo integral, com vistas a alcançar, com qualidade e equidade, a Meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE): ampliar a oferta de educação em tempo integral em, pelo menos, 50% das escolas públicas do Brasil, de modo a atender, pelo menos, 25% dos estudantes da educação básica.Avaliados por uma comissão de profissionais da educação e pesquisadores com experiência em gestão e projetos pedagógicos de Educação Integral em Tempo Integral, os projetos foram avaliados em seis eixos:Gestão Democrática e Participação SocialCurrículo Integrado e Práticas PedagógicasTerritórios, Culturas e SaberesDiversidade, Inclusão e EquidadeGestão Administrativa, Financeira e PedagógicaIntersetorialidade e Articulação em Rede.“Esse reconhecimento pelo Ministério da Educação é uma conquista que enche toda a nossa rede de ensino de orgulho. Essa iniciativa demonstra que é possível trabalhar o antirracismo na educação infantil de forma efetiva, promover a valorização da diversidade, a autoestima das crianças e o reconhecimento de referências positivas na comunidade. As atividades de contato com as culturas indígena e africana são fundamentais para formar cidadãos conscientes, respeitosos e empoderados e contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária”, diz a professora Rita Bastos, secretária de Educação de Alagoinhas.
Crianças da Creche da Baixa da Candeia, em Alagoinhas
| Foto: Divulgação
Julho das PretasEm seu segundo ano de execução, o projeto de educação antirracista da Creche da Baixa da Candeia contempla atividades como a formação leitora (utilizando obras da literatura infantil com protagonismo negro), e promove o contato das crianças com as culturas indígena e africana em ações de educação ambiental, brincadeiras e práticas pedagógicas que valorizam a diversidade. Como parte da iniciativa, o fotógrafo Heitor Gomes Rocha realiza um ensaio com os alunos para evidenciar a beleza e identidade de cada um.Dentre as ações, a creche promove o ‘Julho das Pretas’. A proposta busca estimular a autoestima das crianças por meio de referências afetivas: mulheres negras presentes em seu convívio e reconhecidas como exemplos de inteligência, competência, força, cuidado e afeto.
Crianças da Creche da Baixa da Candeia, em Alagoinhas
| Foto: Divulgação
Por meio da montagem de um mural de fotos, as crianças homenagearam a vereadora Juci Cardoso, a modelo Juliana Persan, a baiana de acarajé Roseane Sena, a cantora Gil Cardoso, a pedagoga Cristiana França e a cozinheira da creche, Karina Rodrigues.“Fico muito orgulhosa e me sinto verdadeiramente importante, porque sei que essa homenagem veio do coração das crianças, e elas são muito sinceras. Mesmo estando nos bastidores, na cozinha, sempre senti o carinho e a atenção delas comigo. É uma valorização tanto pelo trabalho que faço quanto a mim como mulher negra”, diz Karina.A vereadora Juci Cardoso destaca que o projeto garante o cumprimento da Lei 10.639/2003, que inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática ‘História e Cultura Afro-Brasileira’.“Em Alagoinhas, 84% da população se autodeclara negra ou parda, ou seja, somos uma comunidade majoritariamente negra, portanto, não é possível discutir educação, saúde ou qualquer outra área sem considerar as questões raciais. Promover a autoestima da criança negra, oferecer a ela referências positivas e mostrar que ela pode ocupar todos os espaços é essencial para garantir a emancipação plena dessas crianças”, afirmou.