Agro sustentável: Energia Solar impulsiona economia e inovação no campo

A transição energética chegou com força ao campo brasileiro. Diante da alta dos custos de produção, produtores rurais estão buscando alternativas para reduzir despesas e garantir a competitividade. Entre elas, destaca-se a energia solar — uma solução que alia economia, sustentabilidade e inovação.

Um salto na adoção da energia solar no campo

A energia solar fotovoltaica começou a ganhar espaço no Brasil em 2012, mas foi a partir de 2017 que o crescimento se acelerou. Hoje, essa fonte renovável já ocupa a segunda posição entre as maiores matrizes energéticas do país, com potência instalada equivalente a quatro usinas de Itaipu.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o setor já movimentou cerca de R$ 190 bilhões em investimentos. No agronegócio, embora apenas 5% dos consumidores rurais tenham adotado a tecnologia até agora, o potencial de crescimento é expressivo.

Economia que faz diferença no dia a dia

A principal motivação para a adoção da energia solar é, sem dúvida, a economia. Sistemas fotovoltaicos podem reduzir em até 95% o valor da conta de luz, algo especialmente relevante em atividades que exigem controle de temperatura constante, como a produção de leite, o cultivo de frutas e o armazenamento de grãos.

Além disso, os custos de instalação caíram drasticamente nos últimos anos. Um equipamento que em 2012 custava R$ 10 mil por unidade, hoje sai por cerca de R$ 2.500 — uma redução de 75%, tornando a tecnologia cada vez mais acessível.

Sustentabilidade e inovação tecnológica

Outro benefício evidente é a sustentabilidade. A energia solar é limpa, silenciosa e renovável, não emitindo poluentes nem gerando resíduos. Isso reforça o compromisso ambiental de produtores rurais, que já lidam diariamente com os desafios da preservação dos recursos naturais.

A inovação tecnológica também impulsiona o setor. Painéis solares modernos geram o dobro de energia que modelos de dez anos atrás, ocupando o mesmo espaço. Essa evolução garante maior eficiência energética e retorno sobre o investimento.

Retorno rápido e longa vida útil

Instalar uma usina solar requer diagnóstico técnico personalizado, considerando o perfil de consumo da propriedade. O investimento inicial varia, mas o retorno financeiro é visível: em média, leva apenas três anos para o sistema se pagar, enquanto a vida útil dos equipamentos ultrapassa 30 anos, com desempenho de 85% ao final desse período.

Ou seja, trata-se de um investimento viável e sustentável a longo prazo.

Histórias de transformação no campo

Em diversas regiões do Brasil, agricultores estão unindo tradição e inovação para melhorar seus resultados. Em Gramado (RS), a produtora Cásia Augusten cultiva morangos há décadas. Modernizou a produção e criou uma agroindústria para processar frutas menores e produzir geleias artesanais sem conservantes — estratégia que alia sustentabilidade, valor agregado e conexão com o consumidor.

No oeste da Bahia, Raimundo, agricultor familiar, diversificou sua produção com hortaliças, milho, mel e peixe. Parte da colheita abastece programas públicos como o de alimentação escolar. A energia solar ajuda a reduzir os custos e garantir a viabilidade da produção em uma área onde o calor intenso exige constante refrigeração.

Licenciamento ambiental: o que muda para o pequeno produtor

A recente aprovação do Projeto de Lei Geral do Licenciamento Ambiental trouxe dúvidas ao setor. Segundo o Dr. Kurt, especialista em direito ambiental, a nova legislação dispensa a necessidade de licenciamento para atividades agrícolas e pecuárias de pequeno porte. No entanto, intervenções nos recursos naturais, como uso de água ou supressão de vegetação, continuam exigindo autorização dos órgãos ambientais.

Agro familiar ganha protagonismo

Dados do IBGE revelam que a agricultura familiar é responsável por cerca de 8 milhões de postos de trabalho no Brasil. A Bahia aparece como o segundo estado com maior número de pessoas ocupadas no setor, com 910 mil trabalhadores. Minas Gerais lidera, com mais de 1 milhão.

Além disso, o salário médio no agro cresceu 5,5% no primeiro trimestre de 2025, com destaque para as regiões Norte (+21%) e Sul (+10%). Mesmo com queda de 7,9%, o Centro-Oeste ainda mantém a maior média salarial do setor: R$ 3.492 mensais.

Mulheres do agro e inovação no protagonismo

Eventos como o Congresso Nacional das Mulheres do Agro (CNMA) mostram que o setor está se modernizando não só tecnologicamente, mas também em termos de protagonismo. Mulheres como a engenheira agrônoma Mariângela Hungria, da Embrapa Soja — primeira brasileira a vencer o Prêmio Mundial de Alimentos — demonstram que ciência e inovação são ferramentas essenciais para o futuro da agricultura.

A energia solar no agro vai muito além da redução de custos. Ela representa uma mudança de mentalidade, onde sustentabilidade, tecnologia e gestão eficiente caminham lado a lado. Produtores que investem nessa transição colhem não só frutos econômicos, mas também contribuem para um campo mais limpo, produtivo e preparado para os desafios do futuro.

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