Presidente da CBF e deputada federal alvos da PF por compra de votos são aliados políticos e trocavam apoio nas redes sociais


Helena da Asatur (MDB) e Samir Xaud, presidente da CBF
Reprodução/Instagram
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, e a deputada federal Helena da Asatur (MDB), alvos da Operação Caixa Preta da Polícia Federal (PF), são aliados políticos e trocavam apoio nas redes sociais. Eles são suspeitos de compra de votos nas eleições municipais de 2024.
👉 Os dois, junto com o marido de Helena, o empresário Renildo Lima, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Roraima, Igo Brasil, e mais seis pessoas foram alvos de busca e apreensão pela PF nesta quarta-feira (30).
👉 Agentes da PF estiveram na casa de Xaud e também na sede da CBF, no Rio de Janeiro. A Justiça também bloqueou R$ 10 milhões nas contas dos investigados.
Por meio de nota, a CBF informou que recebeu agentes da PF na sede. Ressaltou que a operação “não tem qualquer relação com a CBF ou futebol brasileiro” e que o presidente da entidade “não é o centro das apurações”.
A deputada federal Helena da Asatur disse ter sido “surpreendida com a notícia e esclarece que jamais foi notificada a prestar esclarecimentos às autoridades competentes”.
“Causa perplexidade a adoção de medidas tão gravosas sem que tenha havido a apresentação de fatos concretos que as justifiquem”.
O g1 tenta contato com a defesa de Samir e de Renildo.
🗳️ Maria Helena Teixeira Lima tem 48 anos, é de Tocantins, mas cresceu em São João da Baliza. Está no primeiro mandado. Nas eleições de 2022 foi eleita com 15.848 votos, segunda mais votada.
⚽ Samir Xaud foi eleito o 8º presidente da CBF em maio deste ano, sendo o mais novo a ocupar o cargo, aos 41 ano. Samir é nascido em Boa Vista e é médico de formação. É a primeira experiência de liderança administrativa no futebol. O pai Zeca Xaud é presidente da Federação Roraimense de Futebol desde 1975 – a FRF foi fundada um ano antes.
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Samir Xaud é filiado no MDB, mesmo de Helena, e foi candidato pelo partido a deputado federal nas eleições de 2022 com o nome “Dr. Samir Xaud”. Ele não foi eleito, conquistou 4.816 e ficou como suplente do partido.
No mesmo ano, Helena foi eleita deputada federal pela primeira vez com 15.848, segunda mais votada. Quando foi eleita, tomou como prioridade a pauta esportiva e atua como vice-presidente da Comissão Esporte na Câmara dos deputados.
🚌 A Asatur, empresa da família de Helena, é uma das mais tradicionais em Roraima, com especialidade na rota entre Boa Vista a Manaus, no Amazonas, pela BR-174. Criada em 2001, é uma “empresa irmã” da Asatur Turismo. Além disso, presta serviços como fretamento e locação de veículos.
A Asatur foi a principal patrocinadora do Campeonato Roraimense de Futebol da FRF em 2024 — chegou até a figurar no nome do torneiro que, naquele ano, se chamou Campeonato Roraimense Asatur 2024. A federação roraimense é presidida pelo pai de Samir.
Em maio deste ano, quando o nome de Samir começou a ser cotado para a presidência da CBF, Helena foi uma das principais apoiadoras nas redes sociais. Ela publicou fotos com o presidente, vídeos e texto declarando “total apoio” ao então candidato.
Em uma das publicações, que foi feita em colaboração com o perfil de Samir Xaud, ela reafirmou o apoio ao então presidenciável.
Helena da Asatur (MDB) declara apoio a Samir Xaud para a presidência da CBF
Reprodução/Instagram
“Um nome técnico, competente e que representa a força do Norte do Brasil. Roraima e todo o país merecem uma gestão séria, transparente e capaz no comando do futebol brasileiro”, afirmou na publicação.
No dia 17 de maio, ela emitiu uma nota de repúdio defendendo Samir do que ela chamou de ataques preconceituosos contra a “origem regional” de Samir, motivados pela possibilidade de ele assumir a presidência da CBF.
Afirmou que “questionar a habilidade de um profissional apenas por sua origem é um retrocesso inaceitável”. Ela ainda destacou que “mérito não tem CEP” e que o desenvolvimento do Brasil passa pela valorização de todos os estados, “sem exceção”.
Renildo Lima, Samir Xaud e Helena da Asatur (MDB) em postagem feita no dia da posse de Xaud
Reprodução/Instagram
No dia 25 de maio, quando Samir tomou posse como presidente da CBF, Helena e o marido Renildo foram até a cerimônia no Rio de Janeiro. Nas redes sociais, a deputada publicou uma foto com os três junto e disse estar “honrada”.
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Operação Caixa Preta
Igo Brasil, superintendente do Dnit; Samir Xaud, presidente da CBF; Renildo Lima, empresário do transporte; Helena da Asatur, deputada federal
Reprodução/Instagram e Facebook
A operação da Polícia Federal foi deflagrada na manhã desta quarta-feira. Agentes da PF estiveram na casa de Xaud e também na sede da CBF, no Rio de Janeiro. A Justiça também bloqueou R$ 10 milhões nas contas dos investigados.
As investigações começaram quando o empresário Renildo Lima foi preso com R$ 500 mil em setembro de 2024, nas eleições municipais daquele ano. Parte desse dinheiro foi encontrado na cueca do empresário.
Presidente da CBF e deputada federal são alvos de operação que investiga compra de votos em Roraima
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