Idosa é solta e grávida tem prisão convertida após operação que apurou rombo na Justiça de MT


Advogados são presos em operação por rombo de R$ 21 milhões na Justiça de MT
A empresária Luiza Rios Ricci Volpato foi solta e a advogada Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes teve a prisão preventiva convertida em domiciliar, após passarem por audiência de custódia. As duas foram presas nessa quarta-feira (30), durante a Operação Sepulcro Caiado, que investiga um esquema de fraudes que gerou um prejuízo de mais de R$ 21 milhões à Justiça de Mato Grosso.
👉Entenda como esquema funcionava
A empresária foi liberada devido a idade. Ela tem 75 anos e é sócia de empresa credora que teria sido beneficiada no esquema. Já Melissa teve a prisão convertida por estar grávida. Ela é esposa do advogado Wagner Vasconcelos de Moraes, que também foi preso durante a operação.
Três investigados não passaram pela audiência de custódia. Dois porque foram presos em outros estados e um por estar foragido. Já os demais presos durante a operação tiveram a prisão preventiva mantida pela Justiça.
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As investigações estão sendo sendo conduzidas pelo Superior Tribunal da Justiça (STJ). A mudança de instância ocorre diante da suspeita de envolvimento de magistrados, como juízes e desembargadores, o que impede que o caso continue sendo apurado pela Polícia Civil.
👥Quem são os alvos da operação:
João Gustavo Ricci Volpato – Advogado
Denise Alonso – Advogada e servidora comissionada da ALMT
Mauro Ferreira Filho – Servidor
João Miguel da Costa Neto – Advogado
Themis Lessa da Silva – Advogado
Rodrigo Moreira Marinho – Advogado
Augusto Frederico Ricci Volpato – Sócio de empresa credora e beneficiário no esquema
Luiza Rios Ricci Volpato – Sócia de empresa credora e beneficiária no esquema
Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes – Advogada
Wagner Vasconcelos de Moraes – Advogado
Régis Poderoso de Souza – Advogado e servidor comissionado da ALMT
O que dizem as defesas
Em nota, o advogado de defesa do o casal Augusto Volpato e Julia Maria Asckar Volpato, Renan Serra, disse que desconhecem os fatos. Segundo o advogado, Augusto figura formalmente como sócio em uma empresa do ramo de fomento mercantil, de caráter familiar, cuja administração e representação processual, no período investigado, eram praticadas por outra pessoa.
“Ele jamais exerceu qualquer função de gestão ou representação ativa da empresa no intervalo temporal investigado, período em que estava – como ainda está – exclusivamente dedicado a administração rural de propriedade familiar”, explicou.
Ainda segundo a defesa, Julia Mari, por sua vez, apenas recebeu valores em sua conta bancária provenientes de transferências realizadas pelo esposo, sem qualquer relação com os fatos sob investigação.
As defesas dos advogados Wagner Vasconcelos, Melissa França, João Augusto e João Miguel informaram que vão se manifestar sobre o caso somente após terem acesso ao conteúdo das investigações. O g1 tenta localizar a defesa dos demais envolvidos.
O que diz o TJMT, a OAB e a ALMT
Em nota, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) informou que está contribuindo com a investigação da suposta irregularidade na gestão da Conta Única do Poder Judiciário e que irá instaurar os procedimentos disciplinares cabíveis para a apuração da responsabilidade administrativa dos servidores suspeitos.
Já a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) explicou que acompanha a operação e que irá requerer informações acerca da conduta dos advogados envolvidos para que seja instaurada a devida apuração junto ao Tribunal de Ética e Disciplina (TED) e tomadas outras medidas administrativas cabíveis.
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) disse que o servidor comissionado Regis Poderoso de Souza já foi exonerado de suas funções. Já a servidora Denise Alonso, também mencionada na operação, não é comissionada da ALMT, segundo a instituição.
O esquema
De acordo com a Polícia Civil, o grupo criminoso entrava com ações de cobrança na Justiça e, sem que os devedores soubessem, simulava o pagamento da dívida usando comprovantes falsos de depósitos judiciais.
Com esses documentos falsificados, um servidor do judiciário alterava o sistema do TJMT para que constasse que o dinheiro estava disponível no processo. Assim, era possível emitir e sacar o valor por meio de alvarás.
Sete advogados que atuam no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), foram presos em Cuiabá.
Reprodução
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