Jacaré atende criança ao ser chamado pelo nome em rio do AM; especialista explica comportamento


Jacaré ‘Jason’ atende criança ao ser chamado pelo nome em rio do AM
Um vídeo feito pela influenciadora Manoela Nagib viralizou nesta semana ao mostrar um jacaré atendendo crianças que o chamavam pelo nome em um rio no Parque Nacional de Anavilhanas, em Novo Airão, no interior do Amazonas. A cena que repercutiu foi registrada no dia 4 de julho. Veja o vídeo acima.
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O animal é um dos jacarés-açus carinhosamente chamados de “Jason” e “Jack”, que vêm atraindo visitantes no Parque Nacional de Anavilhanas, em Novo Airão. A presença dos jacarés é um atrativo turístico que começou há cerca de cinco anos, quando os agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) perceberam que os animais estavam se aproximando da base flutuante onde atuam.
Nas imagens é possível ver quando crianças começam a gritar o nome “Jason” repetidamente, na expectativa de ver o animal de perto. Instantes depois o jacaré se aproxima do local.
A influenciadora se surpreende e chegar a questionar: “ele tá vindo aí?”. Em seguida a câmera foca no animal.
Ao g1, Manoela contou que em um primeiro momento não acreditou que pudesse ser verdade que um animal tão imponente pudesse ser chamado como “pet”.
“Quando falaram que ele vinha, eu achei que era só uma história local, mas ao ver aquele jacaré de quatro metros surgir do rio tranquilo, como se fosse um amigo da casa, foi surreal. E o mais impressionante é que é um “pet” no sentido que a gente conhece. Ele é um animal livre que vive no seu habitat, mas existe ali uma relação de confiança”, explicou Manoela.
A influenciadora afirmou que já viajou por mais de 60 países e declarou que a experiência, somada as riquezas naturais e culturais do Amazonas, a encantou.
Essa viagem entrou, sem exagero, para a lista das melhores da vida
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Biólogo explica comportamento 🐊
Jacaré virou atrativo turístico em Novo Airão, no Amazonas.
Reprodução
O biólogo Ildean Fernandes, especialista em crocodilianos amazônicos, explica que os jacarés são animais que emitem vocalização para se comunicar, principalmente na fase juvenil quando as mães emitem sons para chamá-los, mas que em relação ao chamado das crianças é algo que ainda necessita de investigação.
“Sobre a interação com humanos, isso é ainda é um comportamento novo. Ao meu ver a interação com o chamado das crianças tem mais a ver com a recompensa (suposta alimentação), do que com o nome atribuído a eles”, explicou o biólogo.
O especialista ainda conta quem em umas das pesquisas que realizou na carreira, fez o monitoramento de 44 jacarés durante oito anos, e que todos tinham nomes dados pela equipe responsável, mas que nenhum atendia quando chamado.
Atração turística 🐊
Além de “Jason”, outro jacaré conhecido como “Jack”, que vivem próximos da base do ICMbio, na Unidade de Conservação de Anavilhanas, se transformaram em atrações turísticas.
Aproveitando a oportunidade de promover o turismo dentro da Unidade de Conservação, que permite visitação por ser um parque nacional, o ICMBio começou a integrar a presença dos jacarés na experiência dos visitantes.
Em outro vídeo, é possível ver um dos jacarés próximo à base flutuante. Vários turistas estavam na plataforma flutuante, acompanhando a aproximação do animal. Veja o vídeo abaixo.
Jacáre-açu vira atrativo turístico em Unidade de Conservação no interior do Amazonas
“Esses animais começaram a se aproximar da base há alguns anos e estão no habitat natural deles. Eles se acostumaram com a presença humana, e os operadores de turismo começaram a levar os visitantes para observá-los”, explica Hueliton Ferreira, chefe do Parque Nacional de Anavilhanas.
Embora os jacarés-açus não sejam uma ameaça direta aos humanos, Ildean destaca a necessidade de cautela.
“Jacarés são nadadores excepcionais e podem ser oportunistas. É preciso cuidado ao tentar tirar fotos ou se aproximar deles. Uma parte do corpo de uma pessoa fora de um barco ou flutuante pode representar um risco considerável”, conclui o biólogo.
Como proteger o jacaré-açu, maior predador dos rios brasileiros?
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