Com 72 feminicídios em seis meses, operação Agosto Lilás da PM aposta em prevenção em MG

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) lançou, nesta sexta-feira (1°), a Operação Agosto Lilás, voltada para o combate à violência contra a mulher em todo o estado. A cerimônia de lançamento ocorreu em Belo Horizonte.

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De acordo com a Chefe de Jornalismo da PMMG, Major Layla Brunnela, a operação é uma continuidade do trabalho que a corporação realiza em 172 cidades mineiras, com 100% da tropa treinada para atender mulheres vítimas de violência. “Esses fatores agora ganham um impulsionamento maior, principalmente no processo preventivo de conscientização da mulher, para que ela consiga romper o ciclo da violência, evitar que essa situação se agrave”, afirma.

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança (Sejusp) revelam que, apenas nos primeiros meses deste ano, houve 75 feminicídios consumados e 95 tentados em Minas Gerais. Além disso, dados anuais da violência mostram que foram feitas 126 mil ligações ao 190, no ano passado, relacionadas à violência doméstica.

Apesar dos casos, o aumento no número de registro deve ser vício como algo positivo para a Major Layla. “A gente entende que o aumento dos casos, na verdade, é porque mais mulheres estão tomando ciência do que efetivamente é a violência. Então, vemos esse processo com bons olhos, porque significa que mais mulheres estão se encorajando a denunciar”, destaca.

“O que buscamos neste mês não é a redução do número de registros, mas sim um aumento no volume de atendimentos, ou seja, que mais mulheres procurem as instituições responsáveis por conter a violência doméstica”, conclui ela.

Informatização da classificação de risco das vítimas

Além da conscientização, a campanha este ano chega com uma novidade: a informatização da classificação de risco dessas vítimas, que passa a ser feita automaticamente e em tempo real por meio de um aplicativo acessado pelos policiais militares.

A medida representa um avanço em relação ao processo anterior, que era feito manualmente pelos militares. “Esse ano a gente tem um incremento, uma novidade, que é o que eu gostaria de destacar com os senhores. Há uma classificação de risco dessa vítima, que era feita manualmente pelos nossos policiais militares, e agora esse incremento é da informatização”, afirma a Major Layla.

A ferramenta leva em conta diversos critérios, como o tipo de agressão (ameaça, lesão corporal leve ou grave, tentativa de feminicídio) e a frequência com que a mulher já procurou a Polícia Militar para registrar ocorrências. “Quanto mais grave for o fato, quanto mais grave for a situação, mais prioridade ela ganha nessa lista, e o atendimento se torna mais ágil e mais efetivo”.

Segundo a PM, todas as unidades que atuam na prevenção à violência doméstica já têm acesso ao novo sistema, que permite que os dados sejam compartilhados de forma instantânea. “Uma classificação que às vezes demorava dias para acontecer, ela acontece em tempo real em um aplicativo que todos os comandantes, todos os militares que lidam com a prevenção da violência doméstica têm na palma da mão”, destaca.

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