Mais de 70 mil crianças sem reconhecimento pelo pai colocam a Bahia na incômoda posição de segundo lugar entre os 26 estados brasileiros, superada por São Paulo, com esta característica de lacuna afetiva.Neste agosto, mês dos pais, o Ministério Público do Estado da Bahia poderia ser imitado por outras instituições e sociedade civil, ao programar mutirão em shopping, com objetivo de identificar paternidade.A iniciativa, prevista para hoje, entre 9h e 16h, tem como protagonista o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça Cíveis e Fundações (Caocif).A equipe de promotores de Justiça e servidores vai oferecer exames de DNA gratuitos, acordos de pensão alimentícia e solicitações de segunda via de certidões.Trata-se de oportunidade para os pais refletirem sobre a importância de assumirem seus filhos, doando novo sentido para o relacionamento, a ser celebrado no dia dedicado aos genitores, no segundo domingo deste mês.O número elevado de ausentes inspira investigação com metodologia de ciências humanas para verificar a incompletude, uma vez ter se consolidado a liberação dos costumes, favorecendo a prática sexual.Uma hipótese factível é a de despreparo dos casais, em encontros fortuitos ou duradouros, cabendo, no entanto, à mulher, por uma imposição natural e biológica, a gestação e, na sequência, o efeito, já em dimensão social.Não apenas a responsabilidade pelo trabalho reprodutivo da futura mão de obra produz mães solitárias, ou “solos”, como se vem denominando, mas também a falta de contribuição pecuniária incide em missão difícil de gerir.Aos gestores de educação cabe repensar currículos e ementas, levando em conta possível déficit na abordagem do tema, envolto em preconceitos e mistificações, precariamente abordado no ensino médio.Incentiva-se à pândega, sem a proporcional cautela, na busca pelo prazer de uma companhia, não raro ocasionando dúvidas de autoria devido aos frequentes rodízios.
A chance de ser pai
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