Dengue em bebês é três vezes mais perigosa do que em adolescentes; médica faz alerta para sintomas


Ribeirão Preto, SP, tem 134 casos de dengue em crianças menores de 1 ano
Com a alta de casos de dengue em Ribeirão Preto (SP), especialistas fazem um alerta para os riscos da doença em bebês, especialmente aqueles com menos de 1 ano.
Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses da Prefeitura apontam que, entre janeiro e julho de 2025, o município registrou 21.107 casos confirmados, sendo 134 em crianças de até 12 meses.
Apesar destes números representarem menos registros que no mesmo período do ano passado, quando a cidade teve 256 casos positivos em bebês de até 1 ano de idade, os dados são preocupantes, porque crianças pequenas têm o organismo mais sensível e fazem parte do grupo de risco da doença, segundo o Ministério da Saúde.
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De acordo com um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a taxa de letalidade por dengue em crianças de até 5 anos pode ser até três vezes maior do que na faixa dos 10 a 14 anos.
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Médica pediatra infectologista, Sílvia Fonseca explica que a dificuldade em reconhecer os sintomas em bebês e crianças pequenas pode atrasar o diagnóstico e o início do tratamento, aumentando o risco de complicações.
“O diagnóstico em bebês é muito difícil. Eles, muitas vezes, não conseguem expressar o que sentem e os sinais podem ser confundidos com outras doenças comuns, como viroses respiratórias, até porque criança tem muita infecção”.
Segundo ela, a dengue não provoca sintomas respiratórios como tosse, coriza ou dor de garganta, o que pode ajudar os pais a diferenciarem a doença de outras infecções comuns na infância. Os principais sinais de alerta são:
Febre alta repentina
Irritabilidade
Recusa para se alimentar
Vômitos
Manchas avermelhadas na pele
“Se os pais perceberem estes sintomas, é importante procurar ajuda médica imediatamente”, aponta Silvia.
Dengue em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
O que fazer em caso de suspeita?
O tratamento da dengue em bebês segue o mesmo protocolo das demais faixas etárias. Na maioria dos casos, o quadro é leve e tratado em casa, com medicamentos para aliviar os sintomas.
Para a pediatra, a hidratação, assim como em adolescentes e adultos, é o principal cuidado para evitar complicações, especialmente nos casos graves.
“Como é que a gente sabe que uma criança está desidratada? Ela vai chorar muito e, inclusive, é um choro sem lágrimas. Além de ter muita febre, vomitar, ter diarreia e perder o apetite. A boquinha vai ficar seca, a moleira e os olhos ficam fundos e ela diminui muito seu xixi”.
Em casos de suspeita de dengue, os pais devem levar a criança imediatamente a um pronto atendimento para avaliação médica. Isso porque não é possível prever quais casos podem evoluir para a forma mais grave da doença.
Larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue Ribeirão Preto franca, SP
Reprodução/EPTV
Como prevenir?
Desde o início do ano passado, o Brasil passou a vacinar contra a dengue crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, mas a imunização ainda não é indicada para bebês e crianças menores de 4 anos.
Por isso, a principal forma de prevenção continua sendo o combate ao mosquito Aedes aegypti. As recomendações, segundo a doutora, incluem:
Eliminar recipientes com água parada
Manter caixas d’água bem fechadas
Limpar calhas e vasos de plantas
Usar telas de proteção nas janelas
Aplicar repelentes apropriados para bebês
Utilizar mosquiteiros nos berços
“As pessoas se contaminam, na maioria das vezes, dentro dos próprios lares. Não é que uma pessoa passa a doença para outra, mas o foco provavelmente está na sua casa, então, mesmo que o seu bebê não tome vacina, é importante que quem conviva com ele, esteja imunizado”.
Além disso, diz a médica, é importante que os pais estejam sempre em alerta para os boletins de saúde que são divulgados pela prefeitura ou pela mídia.
“A gente sabe, a partir daí, como está a situação na nossa cidade e fica em alerta”.
Procura por vacina contra a dengue em Ribeirão Preto (SP) aumentou 50% nas duas primeiras semanas do ano
Luciano Tolentino/EPTV
Até o dia 30 de julho, Ribeirão Preto tinha 21.107 casos confirmados e 11 mortes por conta da dengue.
De acordo com dados da Vigilância em Saúde, o número de casos é maior na região Leste, com 6.472 ocorrências.
Na sequência, estão zona Oeste (5.070 casos confirmados), Sul (4.130), Centro (2.722) e Norte (2.708).
*Sob a supervisão de Flávia Santucci
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