Os fitoterápicos são medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais e costumam ser amplamente consumidos em determinadas regiões. Segundo levantamento do Instituto Escolhas, em 2022 o segmento movimentou cerca de US$ 173 milhões no país, o que, apesar de representar uma fatia pequena do mercado global, mostra as possibilidades de expansão do setor. Esse potencial dos fitoterápicos já se reflete em iniciativas locais de pesquisa. É o caso dos jovens cientistas Marcos Wesdras e Ana Kaylla, do Colégio Democrático Estadual Castro Alves, em Ipupiara, que, sob a orientação do professor Edippo Geovanni Dias, utilizaram a casca de aroeira para desenvolver uma pomada e um xarope.A aroeira é uma planta reconhecida por conta de suas propriedades medicinais, especialmente pelos efeitos de ordem anti-inflamatória, cicatrizante e antimicrobiana. “Essas características tornam a planta muito útil no tratamento de feridas, queimaduras leves, infecções de pele e irritações, sendo a casca a principal fonte desses compostos bioativos”, afirma o professor.Uso da aroeira A ideia surgiu após os estudantes constatarem que os moradores da região, sobretudo os mais velhos, já utilizavam a aroeira como forma de medicamento. “Nossa principal motivação foi valorizar o saber popular, integrando-o ao conhecimento científico, além de desenvolver um produto natural e acessível que pudesse, futuramente, beneficiar a saúde da população”, diz Ana.Edippo Dias destaca que os medicamentos, que ainda estão na fase de testes primários, visam aliviar dores articulares e musculares, bem como contribuir para o tratamento de gripes prolongadas e tosses agudas. “Atualmente, os testes são observacionais, com relatos voluntários de melhora em pequenas irritações e lesões cutâneas. Não realizamos testes clínicos formais, mas almejamos estabelecer parcerias para avaliações mais aprofundadas”.Apoio A iniciativa, que conta com o apoio da Secretaria da Educação (Sec), está em fase de expansão e busca parcerias. “Pretendemos aprimorar a formulação da pomada e do xarope, buscar parcerias com universidades e instituições de pesquisa, e expandir o projeto para o desenvolvimento de outros produtos baseados em plantas medicinais”, afirma Ana.
Jovens baianos transformam plantas e saber popular para desenvolver pomada e xarope
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