Dor é mais do que um sintoma físico
Lidar com a dor faz parte da rotina de milhões de brasileiros. De acordo com o Haleon Pain Index, 92% das pessoas relataram ter sentido algum tipo de dor no último ano. Entre os principais tipos estão dor de cabeça, dor muscular, nas articulações e no estômago, além da enxaqueca, que merece atenção especial.
Para o ortopedista Dr. Fernando Jorge, a dor deve ser entendida de forma mais ampla. “A dor não é apenas física, mas também emocional. Ela é subjetiva e depende da percepção de cada pessoa”, explica. A definição usada pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) reforça esse entendimento: a dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, que pode acontecer mesmo sem um dano visível.
Como o corpo sente dor?
O processo de sentir dor envolve diversas etapas. Quando há uma lesão, por exemplo, os nociceptores — células receptoras — detectam o estímulo. Em seguida, esse sinal percorre os nervos até chegar ao cérebro, onde finalmente é interpretado como dor.
Além disso, o contexto emocional também influencia. “Medo, estresse ou distração podem aumentar ou reduzir a intensidade da dor”, acrescenta o Dr. Fernando. Isso explica por que a dor afeta tanto o corpo quanto o comportamento.
A dor também afasta as pessoas
Segundo a pesquisa, 65% dos brasileiros se tornam menos sociáveis quando sentem dor. Além disso, 63% se afastam de situações sociais, e quase 30% sentem solidão intensa nesses momentos. Ou seja, a dor impacta diretamente na qualidade de vida e no bem-estar emocional.
Dor de cabeça x Enxaqueca: entenda a diferença
Embora sejam parecidas, dor de cabeça e enxaqueca não são a mesma coisa. O neurologista Dr. Tiago de Paula explica que a dor de cabeça é um sintoma comum, enquanto a enxaqueca é uma doença neurológica, geralmente de origem genética.
“O paciente com enxaqueca apresenta um cérebro hiperexcitado. Além da dor forte, pode sentir incômodo com luz, sons, cheiros, tontura e outros sintomas”, esclarece o especialista. Por isso, sentir dor de cabeça com frequência não é normal e exige acompanhamento médico.
Dor muscular: o sedentarismo como vilão
Outro tipo muito comum de dor é a muscular (ou mialgia). Essa dor pode ser localizada ou difusa, e geralmente está associada a esforço físico, má postura, infecções ou até mesmo estresse.
Segundo o Dr. Fernando Jorge, o sedentarismo contribui bastante para esse quadro. “A falta de movimento enfraquece os músculos e favorece tensões e contraturas, especialmente em regiões como pescoço, ombros e lombar”, afirma.
O perigo da automedicação
Apesar do sofrimento, muitos pacientes optam por se automedicar, o que pode trazer riscos sérios. “Medicamentos de venda livre, como paracetamol e anti-inflamatórios, quando usados com frequência, podem causar problemas renais e cardiovasculares e atrasam o diagnóstico correto”, alerta o Dr. Fernando.
No caso da enxaqueca, o uso constante de analgésicos pode piorar a situação. “Isso gera um efeito rebote, em que a dor volta com mais frequência e intensidade. O paciente entra em um ciclo vicioso e perigoso”, completa o Dr. Tiago.
O tratamento ideal
Os especialistas destacam que o ideal é buscar acompanhamento médico, especialmente em casos de dor crônica ou recorrente. “Para quem sofre com enxaqueca, por exemplo, o acompanhamento multidisciplinar com neurologista, psicólogo e nutricionista pode oferecer excelentes resultados”, afirma o Dr. Tiago de Paula.
Fontes:
Dr. Fernando Jorge (CRM-SP 97.743) – Ortopedista e especialista em dor
Dr. Tiago de Paula (CRM-SP 168.999 | RQE 18.111) – Neurologista especialista em cefaleia
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