
Um cena rara foi registrada por pesquisadores na semana passada, em Santa Catarina. Uma fêmea de gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus), com pelagem pintada, acompanhada de um filhote melânico, com pelo totalmente preto.
O registro foi feito no dia 31 de julho, em Ibirama (SC). As traps fazem parte de uma iniciativa para verificar a presença de espécies silvestres na região.
Mãe e filhote foram registrados em Ibirama (SC)
Leoni Lourenço Pereira da Silva Neto, Gabriel Broering Rohden e Glauco Ubiratan Kohler
De acordo com o biólogo Leoni Lourenço Pereira da Silva Neto, participante do inventário de mastofauna da região, a espécie possui registros na região, entretanto, a presença de filhotes grandes e melânicos como este é um acontecimento raro.
O melanismo é uma mutação genética que aumenta a produção de melanina, escurecendo a pelagem dos animais. Embora seja conhecido em alguns felinos, é um fenômeno raro nesta espécie e ainda mais especial quando observado lado a lado com o padrão típico de pintas.
“O registro é importante, pois mostra que a espécie, mesmo com a presença humana próxima, ainda está se reproduzindo”, afirma Leoni , que assina o registro junto aos pesquisadores Gabriel Broering Rohden e Glauco Ubiratan Kohler.
Segundo Leoni, a cada gestação, o felino pode ter até dois filhotes, mais a maioria acaba tendo só um. A gestação da fêmea varia de 65 a 78 dias. Sua alimentação inclui roedores, lagartos e aves e cada indivíduo costuma viver até os 11 anos em vida livre.
“No estado de SC, o gato-do-mato-pequeno não está ameaçado. No entanto, ele está na lista nacional e internacional de animais ameaçados com o status ‘Vulnerável’”, ressalta.
A espécie tem ocorrência nas regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, além do Paraguai e nordeste da Argentina. Sua distribuição compreende principalmente o Brasil, ocorrendo nos domínios do Cerrado e Mata Atlântica.
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