O tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil tem “impactos setoriais relevantes e impactos agregados ainda incertos a depender de como se encaminharão os próximos passos da negociação e a percepção de risco inerente ao processo”.
A informação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada na semana passada, quando a taxa básica de juros da economia foi mantida em 15% ao ano — o maior nível em cerca de 20 anos.
“O Comitê acompanha com atenção os possíveis impactos sobre a economia real e sobre os ativos financeiros. A avaliação predominante no Comitê é de que há maior incerteza no cenário externo e, consequentemente, o Copom deve preservar uma postura de cautela”, informou o BC.
Decreto assinado na semana passada por Trump elevou para 50% a alíquota sobre produtos brasileiros, mas também trouxe uma lista de 700 exceções que beneficiam segmentos estratégicos como o aeronáutico, o energético e parte do agronegócio. A medida começa nesta quarta-feira (6).
Segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), o tarifaço pode impactar cerca de 10 mil empresas brasileiras que exportam para o mercado norte-americano. Essas empresas empregam, juntas, aproximadamente 3,2 milhões de pessoas no Brasil.
Os setores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos estão calculando os prejuízos e, ao mesmo tempo, já se movimentam para atenuar esse impacto com pedidos ao governo federal.
O Banco Central acrescentou que, como de costume, focará nos “mecanismos de transmissão” da conjuntura externa sobre a dinâmica de inflação interna e seu impacto sobre o cenário prospectivo. O receio de analistas, até então não confirmado, é de que as tensões comerciais possam impulsionar o dólar — gerando eventuais pressões inflacionárias.
Inflação pressionada e desaceleração da economia
Na ata do Copom, o Banco Central também informou que o cenário “prospectivo” (projetado para o futuro) de inflação “segue desafiador em diversas dimensões”.
“As expectativas de inflação, medidas por diferentes instrumentos e obtidas de diferentes grupos de agentes, mantiveram-se acima da meta de inflação em todos os horizontes, mantendo o cenário de inflação adverso”, acrescentou a instituição.
Ao mesmo tempo, o BC avaliou que a atividade econômica doméstica “tem indicado certa moderação no crescimento e, ao mesmo tempo, apresentado dados mistos entre os setores e indicadores”.
“De modo geral, observa-se uma certa moderação de crescimento, corroborando o cenário delineado pelo Comitê. Tal moderação, necessária para a abertura de hiato e a convergência da inflação à meta, se coaduna com uma política monetária contracionista [juros altos]. As pesquisas setoriais mensais e os dados mais tempestivos de consumo corroboram uma redução gradual de crescimento”, afirmou o BC.
▶️O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país.
▶️Apesar da desaceleração da economia, o BC informou, na ata do Copom, que o chamado “hiato do produto” segue positivo.
▶️Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
A informação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada na semana passada, quando a taxa básica de juros da economia foi mantida em 15% ao ano — o maior nível em cerca de 20 anos.
“O Comitê acompanha com atenção os possíveis impactos sobre a economia real e sobre os ativos financeiros. A avaliação predominante no Comitê é de que há maior incerteza no cenário externo e, consequentemente, o Copom deve preservar uma postura de cautela”, informou o BC.
Decreto assinado na semana passada por Trump elevou para 50% a alíquota sobre produtos brasileiros, mas também trouxe uma lista de 700 exceções que beneficiam segmentos estratégicos como o aeronáutico, o energético e parte do agronegócio. A medida começa nesta quarta-feira (6).
Segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), o tarifaço pode impactar cerca de 10 mil empresas brasileiras que exportam para o mercado norte-americano. Essas empresas empregam, juntas, aproximadamente 3,2 milhões de pessoas no Brasil.
Os setores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos estão calculando os prejuízos e, ao mesmo tempo, já se movimentam para atenuar esse impacto com pedidos ao governo federal.
O Banco Central acrescentou que, como de costume, focará nos “mecanismos de transmissão” da conjuntura externa sobre a dinâmica de inflação interna e seu impacto sobre o cenário prospectivo. O receio de analistas, até então não confirmado, é de que as tensões comerciais possam impulsionar o dólar — gerando eventuais pressões inflacionárias.
Inflação pressionada e desaceleração da economia
Na ata do Copom, o Banco Central também informou que o cenário “prospectivo” (projetado para o futuro) de inflação “segue desafiador em diversas dimensões”.
“As expectativas de inflação, medidas por diferentes instrumentos e obtidas de diferentes grupos de agentes, mantiveram-se acima da meta de inflação em todos os horizontes, mantendo o cenário de inflação adverso”, acrescentou a instituição.
Ao mesmo tempo, o BC avaliou que a atividade econômica doméstica “tem indicado certa moderação no crescimento e, ao mesmo tempo, apresentado dados mistos entre os setores e indicadores”.
“De modo geral, observa-se uma certa moderação de crescimento, corroborando o cenário delineado pelo Comitê. Tal moderação, necessária para a abertura de hiato e a convergência da inflação à meta, se coaduna com uma política monetária contracionista [juros altos]. As pesquisas setoriais mensais e os dados mais tempestivos de consumo corroboram uma redução gradual de crescimento”, afirmou o BC.
▶️O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país.
▶️Apesar da desaceleração da economia, o BC informou, na ata do Copom, que o chamado “hiato do produto” segue positivo.
▶️Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.