Brasil e Filipinas negociam uso de tecnologia espacial para fins sociais

O Brasil e as Filipinas iniciaram tratativas para firmar uma cooperação bilateral voltada à utilização de tecnologia espacial com foco em aplicações sociais. A proposta, destacada por autoridades brasileiras e filipinas durante reuniões diplomáticas recentes, prevê o uso de satélites desenvolvidos no Brasil para auxiliar em áreas estratégicas como previsão de desastres naturais, monitoramento agrícola e mudanças climáticas.

Segundo o presidente filipino Marcos Jr., o país tem interesse explícito em utilizar a tecnologia espacial brasileira como instrumento de transformação social. A avaliação levou em conta o custo-benefício do programa espacial brasileiro, que foi apontado como competitivo em relação a grandes potências. Entre os objetivos está o uso compartilhado de satélites para fins civis e o apoio ao desenvolvimento de tecnologia própria nas Filipinas.

Expansão comercial e tecnológica no radar

Durante as discussões, também foram abordadas estratégias para diversificar o comércio bilateral, com foco em ampliar a gama de produtos trocados entre os dois países. O diálogo inclui a possibilidade de um acordo comercial preferencial, alinhado ao apoio filipino para acelerar a revisão do Acordo de Comércio Preferencial Índia-ASEAN (ITAGA), ao qual o Brasil observa com interesse geopolítico.

Além disso, a parceria abre portas para a colaboração em lançamentos de satélites filipinos a partir da base de Alcântara, no Maranhão, considerada uma das mais estratégicas do mundo devido à sua posição geográfica favorável.

Potenciais áreas de cooperação

A cooperação envolve três eixos principais:

  • Satélites de uso civil: apoio técnico brasileiro no desenvolvimento e possível lançamento de satélites de observação filipinos.

  • Prevenção de desastres: uso de imagens de sensoriamento remoto para antecipar eventos extremos, como tufões e enchentes.

  • Monitoramento ambiental: coleta de dados sobre desmatamento, agricultura e clima para políticas públicas eficazes.

Custo-benefício do programa espacial brasileiro

O Brasil tem investido de forma crescente em sua infraestrutura espacial, com destaque para o AEB (Agência Espacial Brasileira) e parcerias internacionais com países como China, EUA e agora Filipinas. O país oferece uma alternativa de menor custo em comparação com agências espaciais tradicionais, o que tem despertado o interesse de nações emergentes.

Tabela comparativa: custo de lançamento de satélites (estimativas por país)

País Custo médio por lançamento (USD) Parcerias em curso
Brasil 25 a 40 milhões China, EUA, Argentina, Filipinas (em negociação)
Índia 30 a 50 milhões Rússia, França, Sudeste Asiático
EUA 60 a 150 milhões Europa, Japão, Israel
Rússia 50 a 90 milhões Cazaquistão, África

O fortalecimento da relação com países do sudeste asiático também atende à estratégia brasileira de diversificar suas parcerias comerciais e tecnológicas, especialmente em meio a incertezas globais envolvendo tarifas de importação e instabilidades geopolíticas.

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