Bar em casa: um comportamento que ficou?

Durante a pandemia, montar um bar em casa deixou de ser uma ideia e virou quase uma necessidade.
Sem rua, sem boteco, sem aglomeração, o jeito era transformar o sofá em balcão. E foi exatamente isso que muita gente fez, lives e uma porção improvisada de cupim com fritas.

Mas, passado o caos, a pergunta que fica é: esse comportamento ficou ou foi só uma fase? A resposta, como quase tudo no mercado de consumo, não é uma só.

Tem quem voltou correndo pro bar da esquina e nunca mais quis saber de copo lagoinha em casa.
Mas também tem quem aprendeu a gostar da experiência mais íntima, mais barata e mais controlada, e segue misturando os dois estilos de consumo até hoje.

E não dá pra ignorar um fator importante, tá tudo muito caro. A ida ao bar, que antes era semanal e sem culpa, agora é mais pontual, mais planejada. Muitas vezes, ela vem combinada com um “esquenta em casa”, ou com aquele “vamos beber aqui mesmo hoje?”. Ou seja, o bar em casa não substituiu o bar da rua, mas se tornou uma alternativa viável, acessível e, pra muita gente, até mais confortável.

Do ponto de vista estratégico, essa mudança de comportamento pode assustar quem vive da rua, mas também abriu um mundo de oportunidades, delivery com experiência completa, produtos personalizados do bar (molhos, temperos, copos), kits de drinks prontos, ações especiais pra final de campeonato ou feriado prolongado…

A verdade é que, se o cliente hoje é híbrido, o negócio também pode ser.

Em vez de disputar com o sofá do seu público, por que não entrar na casa dele de maneira criativa e inteligente?

Bar em casa pode até ter nascido na pandemia, mas continua firme, agora, por escolha. E também por economia.

Como vocês sabem, eu amo o bar. Eu trabalho e tenho o bar como um estilo de vida. Mas esses dias eu montei uma mesa aqui em casa com uma porção de tropeiro e uma carne de cupim que eu comprei no Ao Ponto Assados, em Sabará. É um lugar que já teve atendimento no salão, mas que hoje, como estratégia de negócio, optou por manter apenas o delivery e a retirada no local. Ao chegar com tudo isso em casa, servi a comida num clima bem boteco, com direito a cerveja no copo lagoinha.

Na hora, me lembrei daquela fase em que o bar em casa virou uma alternativa, não por escolha, mas por necessidade. A pandemia nos ensinou muita coisa, e uma delas foi recriar ambientes que antes eram coletivos, dentro da nossa própria casa. E aí, começamos um bate-papo aqui em casa e chegamos a essa análise pessoal, a gente ama o bar, vive o bar, mas também aprendeu a viver o bar dentro de casa.

Eu não acho que substitui. Porque a troca de conversar com um desconhecido no balcão, de brindar com alguém que você acabou de conhecer ou de pedir “o de sempre” para o garçom que já te conhece, isso tudo é insubstituível. Mas não dá pra negar que esse comportamento surgiu lá atrás e, por vários motivos, ainda se mantém. Um deles, claro, é o preço. Com tudo tão caro, tem muita gente que continua vivendo o bar em casa, por escolha, por economia ou por ter aprendido a gostar desse jeito também.

E você? Acredita que o bar em casa é um comportamento que ficou?

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