Lula defende moeda alternativa ao dólar e cobra respeito dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender nesta quinta-feira (7) a criação de uma moeda alternativa ao dólar para transações internacionais. Em declaração firme, Lula destacou que o Brasil não pode continuar “subordinado ao dólar” e que é preciso fortalecer mecanismos de soberania econômica e política.

Durante o discurso, o presidente ressaltou que compreende a importância da relação diplomática com os Estados Unidos, mas enfatizou que o Brasil possui tamanho, postura e interesses políticos que devem ser respeitados.

“Obviamente eu não vou deixar de compreender a importância da relação diplomática com os Estados Unidos, que já dura 2011 anos. Mas o que eu quero saber é: daqui para a frente, o que é que eu faço?”, questionou Lula.

Proposta de moeda comum com países parceiros

Lula lembrou que essa proposta não é nova. Em 2004, durante seu primeiro mandato, o Brasil já havia iniciado negociações com a Argentina para transações em moeda local, com o objetivo de reduzir a dependência do dólar no comércio bilateral.

“Eu não estou falando isso agora não. Em 2004, nós fizemos isso com a Argentina. Agora queremos negociar com mais países”, afirmou.

A fala do presidente sinaliza uma retomada da agenda de integração econômica regional, com foco em maior independência monetária.

Relação com os Estados Unidos

Apesar de críticas indiretas ao histórico de interferência externa — “eles também já deram o golpe aqui”, afirmou Lula — o presidente foi enfático ao dizer que não deseja romper relações com os Estados Unidos, mas sim estabelecer uma parceria em bases mais equilibradas.

“Eles têm que saber que nós temos o que negociar. Nós temos tamanho, nós temos postura, nós temos interesses políticos para negociar”, pontuou.

Contexto internacional

A fala de Lula ocorre em meio a um cenário global de crescente questionamento ao domínio do dólar em transações internacionais. Países como China, Rússia e membros do BRICS vêm buscando alternativas, como acordos bilaterais em moedas locais e discussões sobre uma moeda comum entre economias emergentes.

A proposta brasileira, embora ainda embrionária, ganha força no discurso político e pode se tornar uma das pautas centrais em fóruns internacionais.

TABELA – Países que já buscam reduzir dependência do dólar

País/Grupo Estratégia adotada Parcerias principais
China Acordos bilaterais em yuan Rússia, Arábia Saudita, Brasil
Rússia Uso do rublo em transações regionais China, Índia, Irã
Índia Comércio bilateral em rupias Rússia, Emirados Árabes
BRICS Discussão de moeda comum dos membros Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul
Argentina-Brasil Sistema de pagamentos em moeda local Integração bilateral sul-americana

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