Pai de santo e esposa são indiciados pelas mortes de bebê, mãe da criança e adolescente em Esteio


Pai de santo matou mulher e filho fora do casamento no RS por medo de traição vazar
A Polícia Civil concluiu o inquérito que apurou as responsabilidades sobre as mortes de um bebê, da mãe da criança e de um adolescente em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre. As vítimas são, respectivamente, Miguel Martins Kosmalski, Kauany Martins Kosmalski e Ariel Silva da Rosa.
O pai de santo Jocemar Antunes de Almeida e a esposa dele, Belisia de Fátima da Silva, estão presos preventivamente. Eles foram indiciados pelos seguintes crimes:
Violação sexual mediante fraude (Jocemar teria ludibriado Kauany, à época com 17 anos);
Feminicídio triplamente qualificado de Kauany;
Homicídio quadruplamente qualificado de Ariel;
Homicídio quadruplamente qualificado de Miguel;
Ocultação de cadáver;
Corrupção de menores.
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A investigação da Polícia Civil confirmou que o pai de santo tinha uma relação extraconjugal com Kauany. Jucemar se valia da condição de líder religioso e teria tentado matar a jovem cerca de um mês antes.
“Desculpa, amor. Eu falhei. Não tive coragem”, disse o suspeito à mulher, Belisia, em mensagem.
O g1 entrou em contato com a defesa do casal Jocemar e Belisia, mas não obteve retorno até a mais recente atualização desta reportagem.
De acordo com a delegada Marcela Smolenaars, ao longo da investigação, mais de 15 pessoas foram ouvidas, imagens foram analisadas e dados de celulares dos suspeitos foram extraídos.
O Instituto Geral de Perícias (IGP) não pôde concluir, a partir de um copo plástico coletado, se o bebê era filho de Jucemar pelo exame de compatibilidade genética, informou a delegada.
“Como houve uma confissão por parte do suspeito e o reconhecimento por parte de várias testemunhas, nós dispensamos a produção dessa prova”, explicou.
O inquérito policial foi remetido nesta sexta-feira (8) ao Ministério Público (MP), que decide se denuncia ou não os suspeitos na Justiça. Caso faça isso e o Judiciário aceite a denúncia, eles começam efetivamente a ser julgados pelo crime.
O crime
O crime aconteceu no dia 20 de julho, e os corpos das três vítimas foram localizados dentro de uma vala coberta por pedaços de madeira dois dias depois.
A tia de Kauany procurou a polícia no domingo após notar o desaparecimento. Policiais foram até a casa do pai de santo na terça-feira, que aparentou nervosismo e confessou o crime – mas disse que ele tinha sido o responsável pelos assassinatos e que os adolescentes tinham ajudado a ocultar os corpos, inocentando a esposa.
Foi ele que levou a equipe policial até onde os corpos das vítimas foram escondidos. Jocemar foi preso em flagrante, e os adolescentes foram apreendidos.
Ele contou aos policiais que Kauany e Ariel foram mortos a facadas em um ponto de encontro marcado com as vítimas e, depois, os corpos foram colocados em um carro para, finalmente, serem escondidos na vala. Arial foi morto porque estava com Kauany, mas não era o alvo principal dos suspeitos.
A casa da esposa do pai de santo foi incendiada. Segundo a polícia, veio a público que o bebê morto era fruto da relação entre o pai de santo e Kauany, e que ele teria sido responsável pelo crime – e a população teria colocado fogo na casa. A mulher, com medo, procurou uma delegacia de polícia e acabou confessando envolvimento no crime.
Kauany Martins Kosmalski, de 18 anos, Miguel Martins Kosmalski, filho dela, com 2 meses; e Ariel Silva da Rosa, de 16 anos, foram mortos por pai de santo e esposa em Esteio, segundo a polícia
Reprodução/redes sociais
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