O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, conversaram por telefone por cerca de uma hora para discutir estratégias conjuntas contra as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros e indianos. As medidas norte-americanas afetam setores-chave como café e carnes no Brasil e petróleo na Índia.
Defesa do multilateralismo
Durante a conversa, os líderes reafirmaram a importância do multilateralismo e da união entre países emergentes diante de medidas comerciais unilaterais. Ambos concordaram em ampliar a integração econômica e política dentro do BRICS, explorando novas oportunidades de cooperação em áreas como defesa, energia, minerais críticos, saúde e inclusão digital.
Visitas oficiais e novas metas
Foi confirmada a visita de Estado de Lula à Índia no início de 2026, antecedida por uma missão oficial em outubro de 2025 liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que contará com ministros e empresários brasileiros. O objetivo é avançar na meta de elevar o comércio bilateral para mais de US$ 20 bilhões até 2030 e ampliar a cobertura do acordo Mercosul–Índia.
Integração tecnológica: Pix e UPI
Outro ponto central da conversa foi o intercâmbio de experiências sobre sistemas de pagamento digital, como o Pix brasileiro e o UPI indiano, que possuem características semelhantes e podem ser utilizados para facilitar transações comerciais diretas, reduzindo custos e fortalecendo a autonomia financeira dos dois países.
Cenário geopolítico
O diálogo ocorre em um momento de aproximação não apenas entre Brasil e Índia, mas também com a China, que enfrenta tarifas semelhantes. A pressão externa impulsiona a coesão entre as três potências do BRICS, criando um bloco mais unido para enfrentar desafios comerciais globais e negociar de forma mais equilibrada com os Estados Unidos.
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