
A suspensão será válida até o plano regularizar o caso, segundo a associação.
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Hospitais particulares de Roraima denunciaram, nesta quinta-feira (7), a falta de transparência do plano de saúde Geap e alertaram que a suspensão do atendimento pode afetar cerca de 17 mil usuários no estado. As unidades Lotty Iris e Ville Roy devem interromper os atendimentos aos beneficiários do plano já nesta sexta-feira (8).
Além da falta de transparência, a interrupção é motivada pelo excesso de glosas — quando há recusas parciais ou totais de pagamento feitas pelo plano aos prestadores por procedimentos, consultas ou exames já realizados, o que, segundo os hospitais, tem gerado prejuízo financeiro e comprometido a continuidade dos serviços.
“É difícil manter, porque o fluxo de caixa do hospital, sofre bastante. Por fim, a gente está tendo muita glosa indevida, e a gente não tem também transparência em relação a essa glosa que é aplicada no nosso pagamento”, explicou Bruno Marques, da Associação dos Hospitais Privados de Roraima.
A situação, segundo a associação, não é recente. Nos últimos seis meses, os hospitais tentaram negociar uma solução com o plano de saúde, mas não obtiveram retorno. Foram enviadas notificações extrajudiciais à Geap, e a suspensão do atendimento será mantida até que a operadora regularize a situação.
“Todo mês a gente tem um impacto negativo por conta desses atrasos de pagamento, desse débito de pagamento e o pior de tudo, é que a gente não consegue nem contraargumentar porque a gente não tem informação. É muito ruim isso”.
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Procurada, a Geap informou que as “devidas providencias já foram tomadas para garantir a manutenção dos serviços” e alegou que os pagamentos seguem “a esteira normal, com prazos e ritos estabelecidos em contrato”.
“No que diz respeito as glosas, a autogestão esclarece que, antes dos devidos pagamentos, as mesmas devem passar por auditorias. O setor de faturamento da Geap já solicitou as notas fiscais desses hospitais e aguarda o retorno das instituições”, completou.
De acordo com Bruno Marques, a suspensão do atendimento será aplicada apenas a novos pacientes. Já os beneficiários que estão internados continuarão recebendo atendimento normalmente. Eles devem judicializar o caso nos próximos dias.
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