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Desde a venda em 2009, a relação dos Klein com a Casas Bahia foi marcada por reaproximações e rupturas. Durante a fusão, Michael Klein inicialmente apoiou o movimento, mas logo depois passou a contestá-lo, alegando que os ativos da família haviam sido subavaliados.A tensão levou a uma renegociação: os Klein ficaram com 47% da nova companhia, e Raphael Klein, filho de Michael, assumiu a presidência. Dois anos depois, com a saída de Raphael, Michael tentou recomprar a empresa, mas não obteve sucesso.O retorno ao controle só aconteceria em 2019, quando Michael liderou um grupo de investidores na compra da fatia do GPA em um leilão na B3.Últimas movimentações antes da troca de comandoEm março deste ano, Michael elevou sua participação individual na Casas Bahia para 10,42% do capital, aproveitando o momento em que as ações estavam bastante descontadas devido às dificuldades financeiras da varejista.Na época, chegou a pedir formalmente para reassumir a presidência do conselho de administração, mas acabou desistindo da convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE).A “última tacada” veio com a entrada da Mapa Capital, que agora é a nova controladora.Quem é a Mapa Capital?Criada em 2013 por Beda, ex-Itaú BBA, ao lado de André Helmeister e Paulo Silvestri (ex-Rio Bravo Investimentos), a Mapa Capital se apresenta como uma gestora especializada em soluções de capital, oferecendo serviços que vão de assessoria em fusões e aquisições até investimentos próprios.Com a conversão das debêntures, a dívida da Casas Bahia deve cair de R$ 4,55 bilhões para R$ 2,98 bilhões, além de reduzir a alavancagem para 0,8 vez o Ebitda, segundo comunicado divulgado em junho.O desafio do novo cicloAgora sob gestão da Mapa Capital, a Casas Bahia inicia um ciclo que promete ser de profissionalização, eficiência financeira e modernização. O desafio será equilibrar o peso de sua tradição no varejo popular com estratégias digitais e logísticas capazes de competir com gigantes do e-commerce e redes consolidadas.O futuro dirá se essa reestruturação será suficiente para devolver à marca o protagonismo que marcou sua trajetória no consumo brasileiro.