Jason Miller, conselheiro do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou nova onda de tensão diplomática entre Brasil e EUA ao declarar, neste domingo, 10, que “não vai parar” ou “desistir” até que o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), seja libertado.Bolsonaro está em prisão domiciliar desde a última segunda-feira, 4, decisão tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.A declaração foi feita em resposta a um internauta na rede social X (antigo Twitter), que afirmou ser mais importante o impeachment do ministro Alexandre de Moraes do que a libertação de Bolsonaro. Em tom ameaçador, Miller escreveu: “Libertem Bolsonaro… ou então”, numa referência velada à pressão sobre autoridades brasileiras.Ministro Alexandre de Moraes sancionado pelos EUA A escalada da crise ocorre em meio a sanções aplicadas pelo governo dos EUA contra Alexandre de Moraes, em 30 de julho. As medidas bloqueiam bens e contas do ministro em território americano e proíbem sua entrada no país. Moraes foi incluído na Lei Magnitsky, legislação criada em 2021 para punir autoridades internacionais acusadas de violações de direitos humanos.Governo brasileiro reage com críticas e defende soberaniaNa noite do sábado, 9, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil respondeu duramente à postura norte-americana. O governo classificou as declarações do vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, publicadas pela embaixada americana no Brasil, como um “novo ataque frontal à soberania brasileira e à democracia”.
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O MRE reafirmou que o Brasil “não se curvará a pressões, venham de onde vierem” e expressou “absoluto rechaço às reiteradas ingerências do governo norte-americano em assuntos internos do país”.Acusações de usurpação de poder no STF geram críticas internacionaisO texto republicado pela embaixada dos EUA no X cita Landau dizendo que “um único ministro do STF usurpou o poder ditatorial” ao ameaçar membros dos poderes Legislativo e Executivo no Brasil. Essa afirmação intensificou o clima de confronto político e diplomático entre os dois países.