
Subcorregedoria da Polícia abre inquérito para investigar conduta de delegada esposa de empresário preso
A Subcorregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais abriu uma investigação e um procedimento disciplinar para apurar a conduta da delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, mulher de Renê da Silva Nogueira, empresário preso suspeito de atirar e matar o gari Laudemir de Souza Fernandes nesta segunda-feira (11).
O objetivo da medida da Subcorregedoria é apurar a forma como as armas, registradas em nome da delegada, estavam armazenadas na casa dela. A suspeita é a de que um dos revólveres, o de calibre 38, tenha sido utilizado pelo marido de Ana Paula para atirar contra o gari. Apesar de ter negado cometer o crime, o empresário disse à polícia que a arma era de sua mulher.
Cristão, patriota e marido de delegada: quem é o empresário preso
Laudemir foi baleado enquanto trabalhava na coleta, após Renê exigir que o caminhão de lixo desse espaço para que ele passasse com seu carro, um veículo elétrico do modelo BYD. Após ameaçar a motorista do caminhão, o suspeito desceu do carro e disparou contra os garis, atingindo Laudemir.
Agora, a Polícia Civil quer saber se houve omissão de cautela e prevaricação por parte da delegada por ter permitido que o marido dela, que não tem autorização para porte de arma nem arma registrada em seu nome, utilizasse armamento da mulher. Ana Paula não estava no carro com o marido na hora do crime.
A omissão de cautela, prevista no Estatuto do desarmamento, refere-se à falta de cuidado na guarda de armas de fogo, permitindo que pessoas não autorizadas tenham acesso a elas. A prevaricação ocorre quando um funcionário público retarda, omite ou pratica indevidamente um ato para satisfazer interesses pessoais.
Na noite de segunda-feira, a delegada chegou a ser levada para a Corregedoria da polícia, mas foi liberada em seguida.
O g1 entrou em contato com advogado do empresário, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. O g1 também tenta contato com a defesa da delegada.
Quem é o empresário que atirou em gari em briga de trânsito
Arma recolhida para exame de balística
De acordo com a polícia, a arma foi recolhida para exame de balística, o que é essencial para o andamento das investigações e também modificar a prisão do empresário de flagrante para preventiva.
A Polícia Civil também informou que Renê foi autuado pelos crimes de ameaça e homicídio qualificado, por motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Três testemunhas prestaram depoimento e reconheceram o suspeito, que foi encaminhado ao sistema prisional e permanece à disposição da Justiça.
O empresário foi levado ao Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e negou ter cometido o homicídio. Ele está no presídio da Gameleira, em Belo Horizonte.
LEIA TAMBÉM
Gari é morto a tiros após discussão de trânsito em BH
Polícia prende empresário suspeito de atirar e matar gari que fazia coleta de lixo
Corpo de gari morto por empresário é velado em igreja evangélica na Grande BH
Empresário suspeito de atirar e matar gari não tinha porte de arma, dizem investigadores
O empressário Renê da Silva Nogueira Júnior, casado com a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, foi preso suspeito de atirar e matar o gari Laudemir de Souza Fernandes
Reprodução
Os vídeos mais vistos do g1 Minas: