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Liberdade de terrorIndo contra a corrente do politicamente correto e distante de qualquer medo de cancelamento por detratores puritanos, a Pandemonium deixa evidente em suas páginas que o espaço ali é específico de uma corrente narrativa que não busca ofender, mas delimita bem o seu território narrativo.Conhecendo bem seu público alvo e as referências cinematográficas e literárias, a publicação ousa em narrativas de contos curtos ilustrados e consegue um resultado empolgante em histórias dentro de um realismo fantástico.Sobre essa liberdade de criação e espaço focado na fidelidade a um estilo, Val Oliveira deixa claro que a ideia, aqui, não é seguir cartilhas, mas extravasar criatividades tendo como meta uma recompensa divertida para quem se aventurar pelas páginas de Pandemonium Vol. 2.“Tem muitos autores brasileiros que abordam temas atuais, buscando o fator de representatividade, tratar de temas atuais que são extremamente importantes. E eles fazem isso muito bem. No nosso caso, o fator que procuramos é a diversão do leitor. Que ele se divirta! Que ele leia e releia, e que possa escolher suas historias ou autores preferidos em nossa publicação. Em Pandemonium Vol. 2, a equipe de autores se alterou um pouco. Ainda estão presentes autores premiados como Hector Salas, Hélcio Rogério e Romeu Martins, e tendo como novidade a contribuição de Luan Zuchi, Daniel Paz, Rafael Oliveira, Sandro Zambi, Joe Santos e Lui C.Q.”, destaca o idealizador do projeto.
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Outros projetosNessa meta de diversão aos leitores que apreciam o gênero do horror, encontramos histórias instigantes de vingança como as brutais Pedaços, assinada por Rafael Oliveira com arte de Rodrigo Vinicius, e Tem Coisas que Não se Consegue Esquecer, de Hector Salas e do próprio Val Oliveira.Na seção “Microcontos”, Turno da Noite (texto de VB Felipe e arte de Rodrigo Vinicius), referencia os clássicos Contos da Cripta e Graveyard Shift, clássico de Stephen King, que se faz presente em uma ambientação arrepiante junto a uma recompensa de impacto com seu final aterrorizante.
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Outro destaque vai para a história Entrelaçados, de Romeu Martins e Sandro Zambi, que mescla elementos de religiosidade em um texto que também aborda aspectos científicos juntamente a uma premissa de vingança usando vudu. “A dupla Romeu e Zambi lançou recentemente uma adaptação de Nosferatu pela Kaiju Editora, baseada no clássico alemão expressionista, e que está recebendo ótimas criticas no mercado editorial brasileiro”, comemora o artista gráfico.A parceria já rendeu outros frutos, como uma premiada adaptação de H.P. Lovecraft, que contou com o trabalho de Sandro Zambi e Romeu Martins, bem como a arte de Val Oliveira. “Lançamos A Cor que Caiu do Espaço em 2020, pela Editora Skript. Com ela, conquistamos o Troféu Odisseia Fantástica de Melhor Adaptação na categoria Quadrinhos e concorremos ao Troféu HQ Mix de 2021 de Melhor Adaptação para os Quadrinhos”, relembra Val.“A Pandemonium é uma empreitada minha, do Rodrigo Vinicius e Hector Salas, através do coletivo Quadrinhos de Emergência. Ela surgiu para suprir a falta de quadrinhos de horror no mercado editorial baiano. Infelizmente, temos pouco apoio a esse tipo de gênero produzido na Bahia. Mas, seguimos firmes. A revista também tem o apoio de meu outro projeto, a Mostra de Cinema Cine Horror, que este ano chega em sua décima edição, esperando ir além”, finaliza o autor.
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