A companhia aprovou dividendos intercalares de R$0,8814 por ação, com data-corte em 21 de agosto de 2025 e definição de pagamento pela diretoria em data futura. O anúncio veio junto do balanço do 2º trimestre de 2025, marcado por lucro pressionado pelos juros, porém com avanço do pipeline de transmissão e a consolidação de aquisições em geração hídrica — fatores que tendem a suavizar a alavancagem e estabilizar o fluxo de caixa a partir de 2026.
Dividendos: quanto, quando e qual o impacto no yield
Valor anunciado e cronograma
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Valor por ação: R$0,8814 (intercalares)
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Data-corte (“data-com”): 21/08/2025
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Ex-dividendos: 22/08/2025
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Pagamento: a definir pela diretoria
A aprovação corresponde a R$719,1 milhões e reflete uma política de distribuição compatível com o lucro do semestre.
Tabela — Linha do tempo dos proventos e projeção editorial
Observação: a projeção abaixo é um exercício baseado no histórico recente e no guidance operacional; não é garantia de distribuição.
Evento (2025) | Tipo | Valor por ação (R$) | Situação |
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21/ago | Dividendos intercalares | 0,8814 | Aprovado |
Dez (estimativa) | Complementares | 0,13–0,15 | Projeção editorial |
Total 2025 (estimado) | DPA | ≈ 1,90–1,99 | Projeção editorial |
Operações: transmissão ganha peso; geração amplia base hídrica
Aquisições concluídas em 2025
A empresa concluiu a compra das UHEs Santo Antônio do Jari (393 MW) e Cachoeira Caldeirão (219 MW), adicionando 612 MW de capacidade. O valor de transação foi de aproximadamente R$2,9 bilhões, com parte em equity e cerca de R$672 milhões em dívida líquida associada às SPEs — ativos operacionais, contratos de longo prazo e concessões até 2045/2048.
Transmissão: do canteiro à operação
O projeto Graúna iniciou operação parcial em julho, com linhas e subestações entrando gradualmente em serviço; Asa Branca segue em construção dentro do portfólio de transmissão junto de outros empreendimentos relevantes. A expansão tende a elevar previsibilidade de receita e reduzir a volatilidade de caixa no ciclo pós-CAPEX.
Resultado 2T25: pressão financeira e poucos não recorrentes
O 2T25 veio mais fraco, com resultado financeiro pressionado pelos juros reais elevados, enquanto itens não recorrentes tiveram menor influência no trimestre. Em contrapartida, o avanço físico dos projetos e a incorporação das novas usinas sustentam a expectativa de normalização da alavancagem e do fluxo de dividendos à medida que os ativos maduros de transmissão entram em plena operação.
Valuation & sensibilidade de preço (simulações)
Qual o yield implícito por nível de preço?
Com base em um DPA editorial de referência de R$1,91 (ponto-médio da faixa acima), o dividend yield estimado variaria como segue:
Preço da ação (R$) | DPA estimado (R$) | Dividend yield (%) |
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32,00 | 1,91 | 6,0 |
37,00 | 1,91 | 5,2 |
40,00 | 1,91 | 4,8 |
43,00 | 1,91 | 4,4 |
Leitura: em patamares mais baixos, o yield fica mais atrativo; a sustentação desse DPA depende do ramp-up de transmissão e do custo da dívida.
Riscos e catalisadores
O que pode pressionar
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Juros altos por mais tempo: mantém o custo financeiro elevado e limita o espaço para proventos.
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Execução de CAPEX: eventuais atrasos em obras de transmissão adiam o ramp-up de receita.
O que pode destravar valor
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Entrada de trechos remanescentes de transmissão em operação;
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Integração plena das UHEs adquiridas com sinergias operacionais;
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Normalização da alavancagem operacional com menor intensidade de investimentos após 2025.
O post EGIE3 solta R$0,88 em dividendos e acelera transmissão: oportunidade ou prudência? apareceu primeiro em O Petróleo.