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Saiba quais são esses alimentosRicos em sódio, gorduras e açúcar, os ultraprocessados incluem:Refrigerantes,Biscoitos recheados,Embutidos,Macarrão instantâneo,Salgadinhos de pacote;Cereais matinais açucarados, Barras de cereais, Sorvetes;Refeições congeladas prontas.
| Foto: Freepik
Impacto no Brasil e no mundoO estudo é o primeiro a estimar o impacto do consumo de ultraprocessados nas mortes prematuras por todas as causas em múltiplos países. Diferentemente de análises anteriores, que focavam em nutrientes isolados, a pesquisa considerou o grau e propósito do processamento industrial dos alimentos para associar padrões alimentares à mortalidade.Foram avaliados dados de Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, México, Reino Unido e Estados Unidos. A participação desses produtos na dieta variou de 15% das calorias diárias na Colômbia a mais de 55% nos EUA e Reino Unido.“Estimamos uma associação linear: a cada aumento de 10% na participação de ultraprocessados na dieta, o risco de morte por todas as causas cresce em 3%. Em 2018, por exemplo, 124 mil mortes prematuras nos EUA foram atribuíveis ao consumo de ultraprocessados”, explica Nilson.Mesmo em países com menor consumo, a mortalidade atribuível já chega a 4%. Nos de maior consumo, esse índice se aproxima de 14%. Embora o consumo esteja estável em nações ricas, ele cresce rapidamente em países de renda média e baixa, o que preocupa especialistas.Caminhos para reverter o quadroPara os pesquisadores, o enfrentamento do consumo de ultraprocessados deve ser uma prioridade global em saúde pública. São necessárias ações que envolvam rotulagem frontal de advertência, restrição de vendas em escolas, regulação da publicidade e tributação seletiva. Estas já prevista no Brasil para bebidas adoçadas, cigarros e álcool.O Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda que a base da dieta seja composta por alimentos frescos e minimamente processados. Nilson reforça que essa mudança depende de políticas que facilitem escolhas saudáveis e baratas.“São necessárias políticas globais urgentes para desestimular o consumo de ultraprocessados e promover padrões alimentares tradicionais baseados em alimentos frescos e minimamente processados.”