
Extinção da Delegacia do Menor: Chico Lucas, da SSP, critica MP e a justiça e anuncia fim
“O envolvimento de menores em crimes violentos evoluiu muito rápido e por isso equipes especializadas devem agir”, foi o que disse o delegado-geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko, sobre o fim da Delegacia de Segurança e Proteção ao Menor (DSPM), que investiga casos de menores infratores, anunciada nesta sexta-feira (15), pelo secretário de segurança pública do Piauí, Chico Lucas.
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Ao g1, o delegado-geral destacou que facções criminosas atuantes no Piauí estão atraindo cada vez mais adolescentes para a prática de atos infracionais graves, como roubos e homicídios. Segundo ele, o ideal é que unidades especializadas da Polícia Civil investiguem as infrações cometidas por menores.
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“Esses crimes envolvendo adolescentes evoluíram muito rápido e somente uma delegacia não dá conta. O Draco sabe tudo sobre facções criminosas, então eles que devem investigar casos de menores ligados à essas organizações. O mesmo com o DHPP em casos de homicídios, Denarc em casos de adolescentes envolvidos no tráfico de drogas e DRFV em casos de furto e roubo de veículos”, iniciou Luccy Keiko.
Ainda conforme Luccy Keiko, além do aumento expressivo de adolescentes em atividades ilícitas no Piauí, a Polícia Civil considera que há resistência da Promotoria da Infância e Juventude e Justiça em investigações de adolescentes infratores. O delegado destacou que decisões da Justiça podem prejudicar a segurança dos próprios menores.
“Há muita dificuldade nessas investigações envolvendo menores. Muitos não pagam pelos atos infracionais graves que cometem. Eles precisam ser investigados pela matéria do crime, não pela idade. O julgamento, sim, deve levar a idade em consideração. Nós já tivemos o caso de um adolescente que a promotoria não deferiu o pedido de apreensão e ele acabou sendo morto dias depois”, disse o delegado-geral.
Fim da delegacia e promotora denunciada
O secretário de segurança pública Chico Lucas anunciou a extinção da Delegacia de Segurança e Proteção ao Menor (DSPM) que investiga casos de menores infratores, nesta sexta-feira (15), durante uma entrevista coletiva sobre a morte de Alex Mariano, de 16 anos, assassinado dentro de uma escola na Zona Sul de Teresina. Dois adultos foram presos e dois adolescentes apreendidos suspeitos do Crime. O suposto atirador tem 17 anos e não foi localizado.
O secretário afirmou que a decisão foi tomada por causa da “interferência do Ministério Público, no caso da promotoria da infância e da juventude, e Justiça em exigir que o Draco e nem o DHPP façam investigações quando tem menor envolvido”.
Além disso, Chico Lucas, disse também que denunciou uma promotora da infância e da juventude ao corregedor do Ministério Público do Piauí (MPPI). O secretario frisou que as forças de segurança fazem seu papel de investigar e prender, mas os órgãos de justiça não julgam os processos a tempo e o menor infrator volta às ruas.
“A prática de crime por menores em Teresina tem sido muito recorrente. E muito se deve ao sistema de responsabilização dos menores infratores principalmente a promotoria e a justiça. Nós ficamos de mãos atadas quando o sistema de responsabilização não julga os processos”, afirmou.
O Ministério Público do Piauí emitiu nota demonstrando preocupação com a decisão. “O MPPI manifesta receio diante de decisões que resultem no fechamento ou desmantelamento de estruturas especializadas pois tal medida implicaria significativo retrocesso”, diz a instituição.
Delegado-geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko
Reprodução
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