O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmaram uma reunião na segunda-feira (18/8) em Washington. O encontro ocorre logo após a cúpula entre Trump e Vladimir Putin, realizada no Alasca, que terminou sem acordo para interromper os combates. A nova rodada de conversas deve focar um quadro de paz abrangente, e não apenas um cessar-fogo temporário.
O que motivou o encontro
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Contexto imediato: a cúpula no Alasca não produziu cessar-fogo, mas abriu espaço para negociações sobre termos de um acordo final.
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Pressão por resultados: com a guerra completando mais de três anos e meio, cresce a cobrança de aliados por um caminho diplomático que reduza ataques e proteja civis.
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Teste político: a reunião medirá a viabilidade de uma trilateral entre Estados Unidos, Ucrânia e Rússia, hipótese admitida por Kiev, desde que amparada por garantias de segurança e participação europeia.
O que está na mesa
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Acordo de paz vs. cessar-fogo: a Casa Branca pretende priorizar um acordo de paz completo, considerado por Trump a via “mais rápida” para encerrar o conflito.
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Garantias de segurança: defesa aérea, monitoramento internacional, cronograma de retirada e verificação independente são pontos sensíveis para Kiev.
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Questões territoriais: eventuais discussões sobre linhas de contato e status de áreas ocupadas permanecem altamente controversas e dependem de validação ucraniana.
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Sanções e incentivos: flexibilizações graduais poderiam ser condicionadas ao cumprimento de metas verificáveis; europeus defendem “snapback” automático se houver violações.
Como foi a cúpula no Alasca
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Formato: reunião presencial entre Trump e Putin em Anchorage, no dia 15/8.
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Resultado: sem compromisso de cessar-fogo, mas com sinalização de explorar um roteiro de paz com etapas e salvaguardas.
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Leitura geopolítica: o encontro expôs divergências sobre sequência das etapas (cessar-fogo primeiro ou acordo final) e reacendeu debate sobre custos e benefícios de engajar Moscou enquanto os combates seguem.
Posição de Kiev e reação europeia
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Kiev: Zelensky indica abertura à trilateral, condicionada a garantias robustas, manutenção do apoio militar ocidental e respeito à soberania ucraniana.
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Europa: líderes europeus veem com cautela a ideia de saltar o cessar-fogo, temendo vantagem tática russa durante negociações; exigem mecanismos de verificação e papel ativo da UE.
O que pode sair de Washington
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Comunicado conjunto: provável anúncio sobre próximos passos do processo de paz, como grupos de trabalho técnicos e calendário para consultas com aliados.
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Marcos verificáveis: expectativa de propostas sobre zonas de segurança, proteção a infraestrutura crítica e libertação de prisioneiros em fases.
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Próxima agenda: se houver avanços, novo encontro com Putin pode ser agendado; caso contrário, Washington tende a reforçar pressão econômica e militar para dissuadir escalada.
Riscos e variáveis
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Escalada no front: ataques intensificados podem minar a confiança e inviabilizar gestos de boa-fé.
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Disputa de narrativa: divergências públicas sobre termos e sequência do processo podem travar a diplomacia.
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Calendário político: calendários domésticos nos EUA, na Rússia e na Ucrânia influenciam prazos e apetite por concessões.
Próximos passos: Zelensky chega a Washington no domingo à noite; a reunião ocorre na segunda (18/8), com possibilidade de coletiva ao fim do dia. Negociadores manterão consultas com aliados europeus e avaliam viabilidade de reunião trilateral ainda em agosto, caso haja sinal verde das partes.
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