A Taesa encerrou o 2º trimestre de 2025 com três vetores que reforçam a previsibilidade do caixa: RAP maior no ciclo 2025/26, disponibilidade de rede em 99,94% e capex semestral mais que dobrado. Com isso, a projeção de proventos para 2025 fica entre R$ 2,50 e R$ 2,83 por unidade, a depender do lucro regulatório do segundo semestre e do intervalo de distribuição (90% a 100%). Na cotação de R$ 33,83, o dividend yield projetado varia de 7,4% a 8,4%.
RAP 2025/26: indexadores e novos ativos
A RAP do novo ciclo (jul/25 a jun/26) é impulsionada pela combinação de reajustes inflacionários (IGP-M e IPCA), entrada de projetos — como Pitiguari, entregue com cerca de 2 anos de antecedência — e reforços de rede. Aproximadamente 60% dos contratos são indexados ao IGP-M e 40% ao IPCA, o que tende a sustentar a receita a partir do 3T25. Há ainda potencial adicional com a energização de projetos que podem somar até R$ 436 milhões em RAP ao longo dos próximos ciclos.
Operação: eficiência e margem
O semestre trouxe disponibilidade de 99,94% e redução da parcela variável, preservando a previsibilidade de receita. A margem EBITDA regulatória permaneceu em patamares elevados (≈84%–85%), refletindo disciplina de custos e escala do portfólio.
Capex e crescimento
O capex no 1º semestre de 2025 dobrou em relação ao mesmo período de 2024, mostrando avanço do pipeline (greenfield e reforços). Destaque para a Saíra, com rentabilidade estimada de ≈16%, e para reforços com relação RAP/Capex que tende a superar ≈18%, acelerando a criação de valor.
Alavancagem e trajetória espe
rada
A dívida líquida/EBITDA vem oscilando em torno de 4,0x a 4,1x. A expectativa é de leve alta em 2025, seguida de desalavancagem a partir de 2026, quando o crescimento do EBITDA e a redução do ritmo de investimentos devem melhorar o indicador.
Quanto a Taesa pode pagar em 2025
A companhia historicamente referencia a distribuição no lucro líquido regulatório (intervalo 90%–100%). Considerando o desempenho do 1º semestre:
Cenários de proventos 2025
Base de cálculo | Lucro anual estimado* | Payout | Proventos totais (R$/unid.) | DY na cotação de R$ 33,83 |
---|---|---|---|---|
Regulatório (neutro) | ~R$ 975 mi | 90% | ~R$ 2,54 | ~7,5% |
Regulatório (alto) | ~R$ 975 mi | 100% | ~R$ 2,83 | ~8,4% |
IFRS (mín. estatutário) | ~R$ 1,75 bi | 50% | ~R$ 2,53 | ~7,5% |
*Anualização simples do 1º semestre de 2025.
Leitura prática: menos de R$ 2,50 por unidade em 2025 parece pouco provável no arranjo atual; no cenário mais favorável, o total pode se aproximar de R$ 2,83.
Números do 2T25 e 6M25
Indicador | 2T25 | Var. a/a | 6M25 | Var. a/a |
---|---|---|---|---|
Receita líquida regulatória (R$ mi) | ≈621 | +7,2% | ≈1.219 | +5,5% |
EBITDA regulatório (R$ mi) | ≈522 | +7,5% | ≈1.031 | +7,2% |
Margem EBITDA regulatória | ≈84% | +0,3 p.p. | ≈84,6% | +1,3 p.p. |
Lucro líquido regulatório (R$ mi) | ≈299 | +1,8% | — | — |
Lucro líquido IFRS (R$ mi) | ≈510 | +26,5% | ≈875 | +12,5% |
Disponibilidade (semestre) | — | — | 99,94% | +0,56 p.p. |
Capex (semestre, R$ mi) | — | — | ≈748 | +≈105% |
A combinação de RAP maior, eficiência operacional e capex acelerado sustenta a tese de proventos robustos e previsíveis para 2025, com possibilidade de melhora adicional à medida que os novos ativos entrarem em operação.
O que acompanhar no 2º semestre
-
Indexadores (IGP-M/IPCA): impacto direto na RAP do ciclo 2025/26.
-
Entrada de projetos: acelera receita operacional e amplia base de ativos.
-
Disciplina de custos: manutenção da margem EBITDA em patamares elevados.
-
Alavancagem: tendência de pico em 2025 e desalavancagem a partir de 2026.
O post O que esperar dos dividendos da Taesa no ciclo 2025/26 apareceu primeiro em O Petróleo.