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O abuso pode ainda causar quadros graves como AVC, trombose, câncer de mama e infertilidade. Há também preocupação com o tipo de testosterona utilizada, já que a forma transdérmica — aplicada na pele — não é regulamentada no Brasil. “Não existem, atualmente, formulações de testosterona aprovadas exclusivamente para mulheres em vários países, incluindo o Brasil”, ressalta a especialista Lucy.Acompanhamento e ética médicaA banalização do uso levou entidades como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo (SBEM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) a enviarem, no fim de 2023, uma carta à Anvisa pedindo maior controle sobre os implantes hormonais.No texto, as entidades alertam que esses implantes, com exceção do etonogestrel (Implanon) aprovado como anticoncepcional, não têm autorização da Anvisa para uso comercial ou produção industrial. “São manipulados, não possuem bula ou informações adequadas de eficácia e segurança. Os desfechos a longo prazo são desconhecidos”, diz o documento.A ginecologista e sexóloga Patrícia C. Nogueira reforça que a indicação da reposição hormonal precisa ser ética e criteriosa. Muitas vezes, a falta de desejo sexual pode estar relacionada a fatores como sobrecarga de trabalho, rotina doméstica, casamentos longos e pouco estímulo erótico. Outros fatores como déficit de vitaminas, má qualidade do sono e alterações hormonais também entram nesse quadro.Reposição controladaQuando necessária, a reposição hormonal deve ser feita por tempo limitado, em média seis meses, com acompanhamento frequente. “A paciente precisa ser reavaliada em 45 dias ou, no máximo, em até três meses, não pode sumir do consultório”, alerta Patrícia.Ela cita, por exemplo, o aumento significativo nos níveis de colesterol causado pela testosterona, que pode gerar problemas cardiovasculares. Por isso, além de acompanhamento médico, é necessário cuidar da alimentação e manter hábitos saudáveis.