A hortelã no vaso é rústica e produtiva, mas pode perder vigor: folhas menores, caules alongados, aparência rala e crescimento lento. A boa notícia? Com poda de recuperação, substrato rico e 4–6 horas de luz por dia, o vaso volta a encher rapidamente — e os galhos podados ainda servem para novas mudas.
Sinais de alerta — e o que eles revelam
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Folhas miúdas e espaçadas: carência de nutrientes e/ou pouca luz.
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Caules longos e tombados: estiolamento por luminosidade insuficiente.
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Terra compactada: raízes com pouco oxigênio; drenagem deficiente.
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Baixa colheita: sem cortes regulares, a hortelã “cansa” e para de ramificar.
Diagnóstico rápido: se o vaso está ralo, com caules compridos e folhas pequenas, faça poda drástica, renove a camada superior do substrato e aumente a exposição à luz.
Poda de recuperação (passo a passo)
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Higienize a tesoura com álcool 70%.
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Corte acima do 2º ou 3º nó, deixando 5–10 cm de haste em cada ponto.
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Retire folhas amareladas e ramos secos para direcionar energia aos brotos novos.
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Desponte botões florais (floração reduz a produção de folhas).
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Aproveite as pontas verdes para estaquia.
O que esperar: brotinhos surgem entre 7 e 14 dias nas axilas dos nós; em 3–4 semanas, o vaso já parece bem mais cheio.
Substrato e adubação que funcionam
A hortelã ama matéria orgânica e umidade constante, sem encharcar.
Mistura base (proporções):
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2 partes de terra vegetal
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1 parte de húmus de minhoca ou esterco muito bem curtido
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1 parte de areia grossa ou perlita (aeração)
Drenagem do vaso: camada fina de brita/cacos + manta.
pH indicado: levemente ácido a neutro (cerca de 6,0–7,0).
Cobertura e reforços (mensal):
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2–3 cm de matéria orgânica na superfície (húmus/composto).
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Chá de composto ou solução orgânica leve na rega, alternando com água pura.
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Granulados de liberação lenta (dose mínima do rótulo) como apoio, se desejar.
Dica prática: após a poda, complete o vaso com 2–3 cm da mistura rica. Galhinhos finos que ficarem parcialmente cobertos enraízam e adensam o conjunto.
Luz, água e posição do vaso
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Luz: 4–6 horas de sol suave (preferência pela manhã) ou meia-sombra muito clara. Em regiões muito quentes, priorize luz indireta forte.
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Água: substrato sempre úmido e solto. Regue quando o topo começar a secar (teste do dedo). Evite pratinho com água parada.
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Vento: circulação de ar previne fungos; ventos quentes exigem regas mais frequentes.
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Tamanho do vaso: 20–30 cm de diâmetro para um pé vigoroso; a hortelã se espalha rápido.
Multiplicação por estaquia: mais vasos em poucos dias
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Selecione estacas com 10–12 cm, sem flores, e retire as folhas de baixo.
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Enraizamento em água: submersos 2–3 nós; troque a água a cada 2 dias.
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Raízes surgem em 5–10 dias; transplante para o substrato e mantenha na sombra clara 3–5 dias.
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Aclimatação: aumente a luz gradualmente até a condição final.
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Método direto no solo: enterre 2 nós e mantenha umidade constante; pega rápida e vaso mais denso.
Rotina de colheita que estimula rebrote
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Colha com frequência, sempre acima de um nó.
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Prefira as manhãs, quando os óleos essenciais estão mais intensos.
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Use o método “pente”: tire as pontas de vários ramos, em vez de esvaziar um único.
Erros comuns (e como evitar)
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Encharcamento: amarelecimento e podridão. Solução: melhore drenagem e espaçe regas.
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Pouca luz: ramos fracos e folhas pequenas. Solução: mover para local mais claro.
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Substrato velho e compactado: faça cobertura orgânica mensal e afofe a superfície. Replante parcial a cada 12–18 meses.
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Vaso compartilhado com plantas “competitivas”: a hortelã é expansiva; prefira vaso exclusivo.
Pragas e manejo simples
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Pulgões e cochonilhas: jato d’água e, se precisar, sabão potássico diluído; repita semanalmente até sumir.
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Fungos (manchas, mofo): aumente ventilação, evite molhar folhas à noite e remova partes afetadas.
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Formigas: barreiras físicas (fitas com cola entomológica) e higiene do entorno.
Calendário de manutenção
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Semanal: inspeção de pragas, teste da umidade, pequenas colheitas.
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Quinzenal: desponte leve para manter a planta “baixa” e ramificada.
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Mensal: cobertura com matéria orgânica e revisão da drenagem.
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Anual: renovação parcial do substrato; replante completo se o vaso estiver lotado de raízes.
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