Ilha do Campeche, em Florianópolis
Lucas Amorelli/Arquivo NSC
A gestão da Ilha do Campeche, patrimônio arqueológico de Florianópolis conhecido como o “Caribe catarinense”, agora é de responsabilidade do município. A mudança foi divulgada na segunda-feira (18), junto da criação do Monumento Natural Municipal da Ilha do Campeche, que transforma o local em unidade de conservação.
A responsabilidade era atribuída ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e mediada pela Justiça Federal. Com a decisão, o município passa a poder controlar diretamente o turismo, o acesso e as ações de conservação da área de 51 hectares de extensão e que fica a cerca de 1,5 km da costa.
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A decisão é resultado de amplas tratativas conduzidas sob a perspectiva conciliatória, com participação do município e de diversos órgãos e entidades federais e locais.
A Ilha do Campeche já era considerada Área de Preservação Permanente (APP) desde 1985, tombada como patrimônio arqueológico, etnográfico e paisagístico pelo Iphan em 2000 e regulamentada por portaria Iphan nº 691/2009.
Mesmo assim, o espaço registrou ao longo do tempo pressões ao ecossistema como a exploração irregular e a extrapolação do limite de visitantes, segundo o município.
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O secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Alexandre Waltrick, acredita que a criação da unidade de conservação assegura instrumentos legais para conter esses impactos e garantir a preservação do patrimônio natural e cultural.
“Poderemos enfrentar problemas como a exploração indevida do local. É um avanço fundamental, especialmente, para a conservação e qualificação da experiência dos visitantes”, afirma.
Ilha do Campeche, em Florianópolis
Lucas Amorelli/Arquivo NSC
Visitantes
O processo de transformação da Ilha do Campeche em uma unidade de conservação foi conduzido pela Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), com apoio de um grupo técnico de trabalho multidisciplinar instituído em 2024.
Segundo a prefeitura, foram realizados estudos técnicos, escutas públicas, oficinas, saídas de campo e articulação institucional ao longo de mais de um ano.
Com a decisão, Florianópolis passa a contar com 11 unidades de conservação municipais adequadas ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
A mudança não exclui os visitantes, que costumam buscar o local principalmente no verão. A proposta prevê que a visitação continue, mas de forma compatível aos objetivos de conservação, com limites mais claros, monitoramento, infraestrutura adequada e associada a ações de educação ambiental.
No início do ano, a prefeitura publicou uma portaria que obrigava visitantes a apresentarem ingresso para entrar, como medida de conservação. Pessoas sem bilhetes chegaram a ser barradas na entrada.
“O modelo inclui ainda a criação de um Conselho Gestor participativo e a obrigatoriedade da elaboração de um Plano de Manejo, que deve ser finalizado entre o final deste ano e começo do próximo”, acrescenta Waltrick.
🌊 Águas cristalinas
Com areia branca e águas cristalinas em tons turquesa, que deram à praia o apelido de “Caribe catarinense”, a ilha preserva inscrições rupestres de valor histórico e é um dos principais destinos turísticos de Santa Catarina.
Localizada em frente à Praia do Campeche, ela tem aproximadamente 1,6 km de comprimento e 500 metros de largura. Por determinação judicial, apenas 800 pessoas podem visitar o espaço por dia na ilha.
Tombado em 2000 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), tem a maior concentração de oficinas líticas e gravuras rupestres do litoral brasileiro, conforme o município.
➡️ A Ilha do Campeche tem:
🌊 Praia de águas caribenhas e areia branca
🥾 Trilhas terrestres e subaquáticas
🪨 Sítios com inscrições rupestres e oficinas líticas
🪨 Monolito com cerca de 9 metros de altura
Ilha do Campeche, em Florianópolis
Leonardo Sousa/PMF
Ilha do Campeche é conhecida como o Caribe catarinense
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