Minas Gerais tem duas novas rotas turísticas religiosas: ‘Caminhos da Agonia’, que percorre os municípios de Mantiqueira, e ‘Caminhos Franciscanos’, no Vale do Mucuri. O lançamento foi feito pela Secretaria Estadual de Cultura e Turismo (Secult-MG), em parceria com o Sebrae, nesta terça-feira (19), durante a Travel Next, no Expominas, em Belo Horizonte.
O trajeto da rota ‘Caminhos da Agonia’ conta com pouco mais de 60 km, oferecendo aos peregrinos momentos de fé, reflexão e contato com a natureza. O passeio integra as cidades de Cristina, Maria da Fé, Pedralva e Itajubá – todas inseridas na Serra da Mantiqueira. Entre as atividades, caminhadas, cicloturismo e contemplação de paisagens.
Já a rota ‘Caminhos Franciscanos’, criada em 2019, passa pelas cidades de Teófilo Otoni, Itambacuri, Lajinha e Frei Gaspar, em um percurso de 42 km. O passeio se consolidou após o mapeamento técnico que tem o intuito de valorizar o potencial religioso, os atrativos naturais, culturais e gastronômicos, além da produção artesanal e do turismo de base comunitária.
Segundo a subsecretária de Turismo da Secult, Patrícia Moreira, a inclusão das duas rotas fortalece ainda mais as experiências ligadas ao turismo religioso no estado. “Nós trabalhamos na capacitação de quem oferece a experiência turística, envolvendo a hotelaria e os produtos locais. A rota é um percurso que passa por diversos municípios, que preparamos para receber cada vez mais visitantes. O turismo da fé vem ganhando, a cada ano, maior protagonismo”, afirmou.
As duas rotas religiosas foram estruturadas por meio do programa Check-In Turismo, do Sebrae Minas, lançado em 2021. Segundo a coordenadora estadual do projeto, Nathália Milagre, o trabalho vem sendo realizado há alguns anos com foco na qualificação dos empreendedores do setor, mostrando a importância de planejar e aprimorar a gestão dos próprios negócios.
“Esse primeiro lugar reforça a importância do turismo religioso e a necessidade de oferecer serviços complementares que sustentem essa atividade. O Sebrae já atua historicamente na qualificação desse setor. Além de capacitar os pequenos negócios, trabalhamos na formação de uma governança capaz de manter essa atividade, em parceria com as prefeituras e lideranças locais, para compreenderem a relevância da continuidade dessas ações e se tornem protagonistas desse processo”, afirmou.
Desenvolvimento da economia local
O percurso ‘Caminho da Agonia’ tem foco na sustentabilidade e padronização de serviços, como a sinalização adequada, qualificação de empreendedores, organização de pontos de apoio e incentivo à comercialização de produtos e serviços de base comunitária.
O ‘Caminho da Agonia’ se refere ao período de sofrimento de oração e oração de Jesus no Getsêmani, antes da crucificação, e ao Santuário de Nossa Senhora da Agonia, em Itajubá, onde encerra o percurso. Ao longo do caminho, o turista poderá contemplar o momento de oração, as paisagens e a gastronomia com possibilidade de degustar azeites, cafés, queijos e doces.
Para Rafael Erze, presidente da Associação Peregrina Amigos do Caminho da Agonia, a criação da rota em 2023 trouxe maior visibilidade à região, além de impulsionar a economia e fortalecer o desenvolvimento local. Desde então, mais de 1,8 mil pessoas já percorreram o trajeto. “Foram abertas mais pousadas, hotéis, restaurantes e pontos de apoio, que passaram a acreditar no projeto e a oferecer uma estrutura cada vez melhor para peregrinos e turistas”, destacou.








Mais de 150 anos de história
Há 150 anos, os frades capuchinhos Frei Gaspar, Frei Ângelo, Frei Serafim e Frei Inocêncio chegaram ao Vale do Mucuri com o intuito fundar uma aldeia, uma freguesia e, futuramente, uma cidade. No início do século XX, foi a vez das clarissas franciscanas se estabelecerem na região. Os caminhos percorridos por esses religiosos deram origem à Rota Caminhos Franciscanos, que hoje atrai milhares de peregrinos.
A rota foi mapeada com base nas potencialidades turísticas de três municípios e já conta com cerca de 20 empreendimentos capacitados e credenciados no guia oficial, distribuídos tanto na área urbana quanto na zona rural.
Segundo a secretária de Cultura e Turismo de Itambacuri, Débora Esteves Lima, integrar a rota também representa uma grande oportunidade de desenvolvimento para o município, fortalecendo a economia, incentivando o turismo e ampliando o contato com a fé e a natureza. “Desde o lançamento da rota, aumentou significativamente o número de visitantes em nossa cidade. A festa da padroeira, por exemplo, bateu recorde este ano, com milhares de fiéis. Essa iniciativa fortalece a fé, valoriza a conexão com a natureza, gera empregos e, consequentemente, melhora a qualidade de vida da população”, afirmou.




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