Agosto Branco alerta para os riscos do tabagismo e o câncer de pulmão


O mês de agosto marca a campanha nacional de conscientização sobre o câncer de pulmão, o Agosto Branco. A iniciativa tenta chamar atenção para uma doença que, segundo estimativa da Fundação do Câncer, só no Brasil, os casos devem crescer 65% e a mortalidade 74% até 2040, se mantido o atual padrão de consumo de tabaco no país.
MINUTO SANTA CASA 15/08/25
O cirurgião torácico, Artur Gomes Neto, diretor médico da Santa Casa de Maceió, falou sobre a patologia que costuma evoluir sem sintomas nas fases iniciais, quando o tratamento é mais eficaz.
“O câncer de pulmão tem uma característica muito interessante, que é de ser silencioso na fase em que ele pode ser tratado e curado. Então, nas fases iniciais da doença, praticamente não tem sintoma, a não ser os que o paciente já apresenta pelo hábito de fumar, pela exposição ao cigarro, pela exposição à fumaça do tabaco. A partir do momento que ele começa a sentir alguma coisa, como escarrar sangue, uma tosse mais persistente que não cede, a dor torácica, nessa situação, significa que o tumor já cresceu bastante”, disse o diretor médico da Santa Casa de Maceió.
MINUTO SANTA CASA
SANTA CASA DE MACEIÓ
Buscar por uma avaliação médica antes do surgimento de sintomas, especialmente em pessoas que fumam, convivem com fumantes ou têm histórico familiar de câncer, é fundamental.
“A campanha do Agosto Branco serve para conscientizar as pessoas que têm risco de desenvolver a doença a procurar, com antecedência, uma assistência médica, realizar o diagnóstico precoce e não esperar que surjam sintomas para fazê-lo”, reforçou.
O pigarro constante é um dos sinais que pode passar despercebido. Fumantes costumam associar o incômodo apenas ao cigarro, mas o especialista alerta para a necessidade de investigação.
“O médico tem que pensar que aquele paciente que fuma há mais de 20 anos uma carteira de cigarro por dia, 40 cigarros por dia, por 10 anos, tem que fazer o exame de detecção precoce. Uma tomografia computadorizada do tórax de baixa dose pelo menos uma vez por ano. Qual o objetivo? Surpreender o câncer na fase muito inicial, sem sintomas. Essa fase a gente consegue curar com procedimentos cirúrgicos até pequenos algumas vezes”, alerta Artur Gomes Neto.
CIGARRO ELETRÔNICO – Apesar de proibido no Brasil, o consumo de cigarro eletrônico, conhecido também como vape ou pod, tem crescido no país. Pesquisas mostram que o número de usuários desses dispositivos cresceu 600% nos últimos seis anos. São quase 3 milhões de consumidores com idade entre 18 e 64 anos.
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SANTA CASA DE MACEIÓ
Atualmente cerca de 12% da população adulta brasileira usa algum produto derivado de tabaco. “A gente está muito preocupado com o cigarro eletrônico pelas alterações que ele faz, não somente câncer, mas em relação às alterações agudas que levam à morte. Ele foi proibido no Brasil, mas vemos as pessoas fumando em muitos lugares. O início dele aqui no país, até o momento, não é suficiente para desenvolver câncer, mas certamente ele tem as mesmas substâncias que provocam câncer de pulmão”, aponta o especialista.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de pulmão é a principal causa de morte entre os tipos de câncer e ocupa a quarta ou quinta posição no ranking geral de doenças letais. Embora apresente alto índice de mortalidade, o câncer de pulmão, quando detectado precocemente, pode ter tratamento eficaz e até cura.
Nos casos em que a lesão nodular inicial é identificada, as chances de cura superam 80%, sem necessidade de terapias complementares. No entanto, à medida que o tumor avança sem diagnóstico, aumentam as complicações e a necessidade de tratamentos mais complexos. De forma geral, a taxa média de cura gira em torno de 10% a 15%, mas, dependendo do estágio em que a doença é descoberta, esse índice pode chegar a 85%.
“O tabagismo passivo é uma das causas do câncer de pulmão. Entre 5 a 10% dos pacientes que têm a doença conviviam com fumantes, ou no trabalho, ou em casa, e as pessoas que têm histórico familiar de neoplasia, de uma maneira geral, pode estar mais propenso a desenvolver a doença”, finaliza Artur Gomes Neto.
Artur Gomes Neto
Diretor Técnico Médico
CRM-AL 2503/RQE 1874
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