Amazonas prepara agenda com projetos de bioeconomia, conservação e sustentabilidade para COP 30


Comunidade ribeirinha no Amazonas, em contato com rio e floresta amazônica.
Divulgação/FAS
O Amazonas se prepara para apresentar uma agenda robusta, com foco em bioeconomia, conservação e desenvolvimento sustentável na COP30, conferência internacional do clima que coloca a Amazônia no centro das decisões globais sobre meio ambiente, entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém, no Pará. Veja abaixo as propostas do estado para o evento.
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Além do governo estadual, representantes do setor privado e da sociedade civil também vão levar propostas para o evento. O empresário Denis Minev, presidente da Bemol, foi escolhido pela diretoria da conferência para representar o setor privado da Amazônia.
“É um evento definitivamente importante de definição de uma série de itens de uma negociação global ligadas ao meio ambiente e mudanças climáticas que podem representar boas oportunidades para a Amazônia”, afirmou Minev.
Ele será responsável por organizar discussões sobre o uso de terras degradadas, conservação e restauração de florestas, além de temas relacionados ao empreendedorismo. Segundo Minev, é fundamental mostrar ao mundo que a região não deve ser vista como vilã nas mudanças climáticas.
“Nós somos o único lugar do mundo 80% preservado. Somos muito mais responsáveis do que praticamente todas as outras sociedades, que destruíram seu meio ambiente em busca do desenvolvimento. Nós somos credores desse balanço ambiental”, disse.
Pauta do governo do Amazonas
O governo do Amazonas também vai levar uma agenda estratégica para a conferência. O secretário de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, destacou que a realização da COP30 na Amazônia reforça o debate sobre a relação da floresta com o clima.
“A importância da COP na Amazônia é que ela traz de volta a discussão da relação da floresta com o clima e a oportunidade de fechar um documento importante sobre compensações que países emissores devem fazer para regiões como a nossa”, explicou.
Entre os projetos que o estado pretende apresentar estão iniciativas de manejo sustentável, incentivo à bioeconomia e o fortalecimento da Zona Franca de Manaus como vetor de desenvolvimento.
“A nossa pauta principal não é o que vamos fazer, mas o que estamos fazendo para a agenda do clima. Desde manejos clássicos como o do pirarucu até novas iniciativas de manejo de quelônios e concessões florestais”, acrescentou Taveira.
Voz das comunidades
A sociedade civil também terá espaço na conferência. A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) vai levar um plano de adaptação para a região, construído a partir de escutas com comunidades tradicionais.
“Uma das ações mais centrais é escutar de maneira estruturada as comunidades e transformar isso em um grande plano de adaptação da Amazônia que será apresentado na COP”, disse Virgílio Viana, superintendente da FAS.
O plano estabelece três prioridades: segurança hídrica, segurança alimentar e mobilidade para áreas isoladas.
“Precisamos pensar além das ações emergenciais. Como garantir água potável, proteína e acesso para comunidades que sofrem com eventos extremos como secas e cheias”, completou Viana.
Oportunidade histórica
A COP30 é vista como uma oportunidade histórica para a região. Para Minev, a conferência pode marcar um novo ciclo para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
“É um evento definitivamente importante de definição de uma série de itens de uma negociação global ligadas ao meio ambiente e mudanças climáticas que podem representar boas oportunidades para a Amazônia”, reforçou o empresário.
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*Com informações de Catiane Moura, da Rede Amazônica
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