
Parentes e amigos se despedem de Sther, jovem espancada até a morte
O corpo de Sther Barroso dos Santos, jovem espancada até a morte em um baile funk, é velado na manhã desta quarta-feira (20) no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O enterro está previsto para acontecer às 15h.
Ao chegar ao local, a mãe da jovem pediu por justiça e disse que espera que o caso não fique impune. Emocionada, ela disse que Sther era linda e lamentou: “Tiraram ela de mim”.
A família da moça afirma que ela foi morta após se recusar a deixar o local com um traficante.
O homem apontado como autor do crime é Bruno da Silva Loureiro, conhecido como Coronel, chefe do tráfico no Muquiço, em Guadalupe — área dominada pela mesma facção criminosa que atua na comunidade da Coreia, o Terceiro Comando Puro (TCP).
Stefany, irmã de Sther, fez várias postagens nas redes sociais lamentando sua morte. Ela disse que o corpo foi entregue “desfigurado” e deixado na porta da casa da mãe.
Antes de morar na Vila Aliança, Sther e a família viviam no Muquiço.
“Estou sem chão, sem estrutura, quem nos conhece sabe o quanto somos unidas, leais e uma pela outra sensação de impotência por não ter tido tempo de salvar a minha irmã.”
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Vídeo mostra jovem dançando em baile pouco antes de ser espancada até a morte
A irmã de Sther comentou um vídeo em que ela aparece dançando em um baile funk, registrado poucas horas antes da barbárie.
“Você não só acabou com a vida da minha irmã quanto da minha família. Olha a felicidade da minha irmã. Covarde desgraçado”, postou ela em redes sociais.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso.
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Sther Barroso dos Santos
Reprodução
Nas redes sociais, amigos e parentes lamentaram a morte e compartilharam as anotações da jovem com as metas que havia traçado para o novo ano, que esperava ser o melhor de sua vida.
“Terminar a escola, fazer três cursos, ter um cachorrinho, focar muito na academia, agradecer a Deus todos os dias” eram alguns deles.
“Ela tinha tantos sonhos… Queria estudar, trabalhar, mudar de vida. Isso foi arrancado dela de uma maneira cruel”, disse uma amiga próxima.
De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), 49 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado do Rio de Janeiro apenas no primeiro semestre deste ano.
Bruno da Silva Loureiro, o Coronel, é chefe do tráfico de drogas no Muquiço, em Guadalupe
Reprodução