Parque Costa Azul conta com pistas de cooper, parquinhos, ciclovias e academia ao ar livre
| Foto: Clube Costa Azul
Festas popularesAlém da música, o Parque Costa Azul também virou cenário para festas populares feitas especialmente para as crianças, como o São João das Crianças e o Carnaval das Crianças. Nessas datas, o parque se enche de famílias, cores e risos, com teatro, oficinas, contação de histórias e até quadrilhas mirins. Mais do que diversão, são momentos que aproximam as pessoas, fortalecem laços e mostram como o espaço é um verdadeiro ponto de encontro e de formação cultural.O São João das Crianças deste ano, por exemplo, transformou o Parque Costa Azul em um grande quintal junino, com 14 atrações espalhadas entre palco, oficinas e recreação. Ao longo dos dois dias, a música, o teatro, a dança e as brincadeiras fizeram a alegria de cerca de 10 mil pessoas. Entre bandeirolas coloridas e o cheirinho de comidas típicas, famílias inteiras se reuniram para celebrar a tradição.
Parque Costa Azul conta com pistas de cooper, parquinhos, ciclovias e academia ao ar livre
| Foto: Clube Costa Azul
As crianças, com os rostos pintados pela Turma da Lara, se dividiam entre a contação de histórias, o forró da Quadrilha Mirim e as apresentações de grupos como Musiclauns e Canela Fina — vivendo a cultura popular de um jeito lúdico e divertido.No Carnaval não foi diferente. Além da agenda de shows e brincadeiras, a folia da garotada transformou o parque em um verdadeiro cenário de fantasia, com cores, música e alegria por todos os cantos. Foram mais de 15 atrações distribuídas ao longo dos três dias, entre apresentações musicais, oficinas e atividades interativas. O espaço ganhou decoração temática, áreas de sombra para o descanso das famílias e pontos de apoio com água e segurança reforçada, garantindo que a diversão fosse leve e segura para os pequenos foliões.Em dezembro de 2024, o parque também recebeu a 15ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária, transformando-se em vitrine da produção rural do estado, com estandes, gastronomia, arte e atrações musicais. Com mais de quatro mil produtos e a presença de cooperativas de todo o Nordeste, o evento reafirmou o potencial do parque como espaço plural e multifacetado. Pela presença maciça do público e pela repercussão, o evento tem tudo para voltar a ser realizado no final deste ano.
Parque Costa Azul conta com pistas de cooper, parquinhos, ciclovias e academia ao ar livre
| Foto: Clube Costa Azul
Desafios do parqueTodos esses eventos realizados anualmente no Parque Costa Azul mostram que o espaço tem estrutura para receber atrações de médio e grande porte. Porém, para que esse protagonismo cultural avance, é necessário enfrentar desafios antigos: a insegurança, a degradação do Rio Camurujipe e o atraso nas obras públicas que dificultam a valorização da região.A manutenção do Parque Costa Azul é responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), que cuida da conservação predial e da limpeza das áreas externas, incluindo os playgrounds e o parque infantil.Segundo Adriana Barros, diretora administrativa da Conder, o órgão mantém uma equipe de nove pessoas dedicadas à administração do espaço, com agentes, serventes e vigilância patrimonial atuando em regime de plantão para garantir a organização do parque. Ela destaca que o anfiteatro e o espaço que fica acima dele são o coração do parque, sendo os locais que mais atraem público, tanto da comunidade local quanto de outras regiões de Salvador. Para ela, sua utilização intensa é um sinal claro da vitalidade cultural do espaço.
Anfiteatro do Parque Costa Azul
| Foto: Clube Costa Azul
Ela ressalta a importância de manter o espaço acessível e em boas condições para que cada vez mais pessoas possam usufruir dele, fortalecendo a vocação do parque como um ponto de encontro cultural e comunitário. “Entendemos que espaços públicos bem utilizados estimulam a participação popular e geram impacto positivo na qualidade de vida e na valorização da região”, diz ela. “O nosso papel, realmente, é fomentar a utilização do parque.”Um dos principais problemas estruturais atuais do parque é o abandono da área dos antigos restaurantes, cedida à Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), que prometeu transformar o local em um complexo integrado das polícias Civil e Militar. Fechada por tapumes, essa área ajuda a criar um clima de insegurança que afasta muitos frequentadores nos dias em que o parque não está ocupado por eventos.Em nota encaminhada à reportagem, a assessoria de comunicação da SSP-BA informou que unidades das Polícias Militar e Civil estão em construção na área do antigo Parque Costa Azul. “A SSP acrescenta ainda que tem fiscalizado a execução da obra, visando a inauguração das novas unidades no primeiro semestre de 2026”, diz a nota.
Antiga Clube Costa Azul / data: 10/07/1983
| Foto: Cedoc A TARDE
Opção pelos eventosEnquanto isso não acontece, os moradores do Costa Azul e adjacências estão optando por frequentar o Parque Costa Azul durante a realização de eventos, como o Oxe, é Jazz. Esse é o caso do empresário Gilson Corrêa Ribeiro, que acompanha o festival desde suas primeiras edições. Para ele, o que mais atrai é o ambiente familiar e acolhedor, além da praticidade de morar próximo ao local, o que elimina preocupações como dirigir após beber.Ribeiro destaca que, apesar da infraestrutura existente, o parque carece de melhorias, especialmente em banheiros e segurança. Ele acrescenta que o espaço onde acontece o Oxe, é Jazz tem potencial para ser ainda mais vibrante, tanto para a comunidade local quanto para visitantes. “Aqui é maravilhoso para o Costa Azul e para quem vem de fora também. O público é seleto, são famílias e pessoas acolhedoras que fazem desses eventos momentos especiais”, afirma.Quem também frequenta assiduamente o Oxe, é Jazz é a psicóloga Tássia Veloso, mãe de gêmeos de dois anos e meio. Ela conta que costuma levar os filhos ao parque todas as sextas-feiras que tem o evento gratuito, aproveitando o ambiente aberto e familiar que o evento proporciona. “O parque Costa Azul faz parte da minha infância, sempre brinquei muito aqui. Hoje ele está mais abandonado, o que é uma pena, porque tenho muitas memórias positivas. Com o evento, o ambiente fica mais seguro e tranquilo”, relata.Tássia destaca que o Oxe, é Jazz une música e acolhimento para as famílias, criando um espaço onde todos se divertem e se socializam. “Conseguimos comer, beber, e as crianças brincam enquanto as famílias se encontram. Inclusive, acabamos envolvendo outras famílias da escola, e hoje formamos um grupo que se reúne lá, um momento importante de socialização para as crianças fora da escola.”