Por que a cerveja ficou mais cara no Brasil? Entenda os reajustes da Heineken e Ambev

Beber cerveja está cada vez mais caro no Brasil. Os preços do produto avançaram nos meses de julho e agosto, principalmente após reajustes da Heineken e da Ambev, as duas principais cervejarias do Brasil.Entre julho e agosto, a Heineken apresentou um aumento médio de 6% nos seus produtos comercializados no Brasil. Em seguida, a Ambev também mudou a sua política de preços e reajustou seus produtos com uma alta média de 3,3%.Os dados fazem parte de um relatório especial do Bank of America (BofA), que acompanha mais de 1.500 amostras de preços diariamente em 19 marcas. O relatório acontece tanto no consumo em bares e restaurantes quanto no comércio de supermercados, atacadistas e pequenas lojas.

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Analistas do BofA apontaram estratégias diferentes entre os rivais. A Ambev reajustou preços em abril e maio e a Heineken reduziu em 2% no segundo trimestre. Já em julho, o cenário foi de alta expressiva da Heineken, o que já é sentido no bolso do consumidor.Aumentos expressivosDentro do Grupo Heineken, o produto com a maior alta entre junho e agosto foi a cerveja Devassa, com um salto de 24%. Já a cerveja Heineken aumentou 3,4% no mesmo período. Por outro lado, a Ambev reajustou a Corona em dígito alto e a Stella Artois em dígito baixo.A BofA aponta qua a expansão da capacidade da Heineken combinada com preços mais atrativos tende a favorecer ganho de participação de mercado. Se em 2024, a Heineken era 13% mais barata que a Corona, a diferença agora é de 28%. Também deixou ser 4% mais cara que a Stella para ficar 2%.

Mulher segurando copo de cerveja

|  Foto: Rafaela Araújo | Ag. A TARDE

“Embora acreditemos que o aumento da Heineken seja marginalmente positivo para a Ambev em termos de concorrência, a diferença da marca Heineken em relação às marcas da Ambev continua a aumentar. Com a Heineken continuando a expandir sua capacidade, acreditamos que um ponto de preço mais atraente poderia ser um apoio para o ganho de participação de mercado no futuro”, aponta o relatório do banco, produzido pelas analistas Isabella Simonato e Julia Zaniolo.Os reajustes já refletiram no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor), o índice oficial de inflação do país, de julho. Apesar de o grupo Alimentação e bebidas ter tido variação negativa (-0,27%) entre junho para julho, o item cerveja teve aumento de 0,45% no comércio, acima da inflação de 0,26% em julho.

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