Mineira conhecida por ter a “pior dor do mundo”, Carolina Arruda, de 28 anos, recebeu alta médica nessa quinta-feira (21). Ela deixou a Santa Casa de Alfenas, no Sul de Minas, após passar por uma nova cirurgia e ficar quatro dias em sedação profunda para tratar a neuralgia do trigêmeo, condição que a acompanha há 11 anos. Sem sucesso com o procedimento, ela anunciou que não se submeterá a mais procedimentos cirúrgicos.
O último tratamento tentado foi uma espécie de “congelamento do nervo”, mas, segundo Carolina, o procedimento não trouxe a melhora esperada.
Após receber alta, ela explicou que a decisão de não tentar outras operações foi tomada em conjunto com a equipe médica. Seu nervo, segundo ela, já está muito lesionado por conta de inúmeros procedimentos anteriores, e a taxa de sucesso para esta nova tentativa já era considerada baixa.
“Não melhorou, mas também não piorou. Essas foram as últimas cirurgias que eu fiz. Não vou parar o tratamento, vou continuar fazendo a reposição da bomba de fármacos e o uso do eletrodos. Mas cirurgias, não vou fazer. Estou bem com isso”, declarou.
Apesar da dor persistente, ela ressalta que os tratamentos trouxeram alguma qualidade de vida. “Eu consigo ir para a faculdade. Em vez de ir 10 vezes no mês ao pronto-socorro, eu consigo ir menos”, relata.
Histórico
A história de Carolina ganhou repercussão nacional quando ela começou a fazer uma vaquinha online para realizar eutanásia na Suíça, onde a prática é autorizada. Ela que fazer o procedimento em função da dor intensa. Em 2024, foi chamada para tentar novos tratamentos na Santa Casa.
Após receber alta, Carolina confirmou que não desistiu da eutanásia. “Estamos conversando com a minha advogada. As coisas estão caminhando. Ainda preciso de muito laudo, detalhe médico, tradução de documento. É um processo demorado”, explicou.
O que é a neuralgia do trigêmeo?
Conhecida como a “pior dor do mundo”, a neuralgia do trigêmeo é um distúrbio raro, que afeta menos de 0,3% da população. Segundo o Hospital Albert Einstein, a condição causa dores agudas e lancinantes no rosto, ao longo do nervo trigêmeo, responsável pelas sensações da face.
As crises de dor podem durar de segundos a minutos e se repetir várias vezes ao dia, desencadeadas por gatilhos simples como tocar o rosto, mastigar, falar ou até sentir o vento frio. No caso de Carolina, a condição é ainda mais rara, pois a dor atinge os dois lados do rosto, com a sensação de pontadas e choques intensos.
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