Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que 1 em cada 2 famílias beneficiadas pelo Bolsa Família deixou o mercado de trabalho. O estudo analisou os efeitos do programa social após o aumento do valor médio do benefício para cerca de R$ 670.
Queda na participação
Segundo a pesquisa, em 2023, entre os elegíveis ao Bolsa Família, a taxa de participação no mercado de trabalho registrou uma queda de 11% em comparação ao grupo que não tem direito ao benefício. Além disso, as chances de estar ocupado caíram 12%, enquanto a probabilidade de ter um emprego formal foi 13% menor entre os novos beneficiários.
Perfil mais afetado
O impacto do programa se concentrou principalmente em homens jovens, com idades entre 14 e 30 anos, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Para especialistas, o resultado pode estar relacionado ao equilíbrio entre o valor do benefício e os salários médios oferecidos em empregos de baixa remuneração.
Contexto da expansão
O Bolsa Família, recriado em 2023 com valores maiores e novas regras, passou a atender um número maior de famílias em situação de vulnerabilidade. A ampliação buscou reforçar a proteção social, mas trouxe efeitos paralelos sobre a dinâmica do mercado de trabalho.
Debate econômico e social
Economistas destacam que, embora o programa seja fundamental para reduzir a pobreza e a fome, seus impactos sobre a formalização e a participação laboral precisam ser acompanhados de perto. O estudo reacende o debate sobre a necessidade de políticas complementares que incentivem a inserção produtiva dos beneficiários.
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