Milhões de brasileiros foram surpreendidos por uma onda de boatos envolvendo o risco de perder o Bolsa Família ao informar o CPF na nota fiscal. A dúvida que gerou alarde é: colocar o CPF nas compras pode cancelar o benefício? A resposta direta é não — mas há outros fatores que podem levar ao bloqueio, especialmente neste mês de setembro.
O que diz o governo: CPF na nota não causa cancelamento
O governo federal incentiva que todos, inclusive beneficiários do Bolsa Família, informem o CPF nas notas fiscais como parte de ações de cidadania fiscal. A prática ajuda no controle da arrecadação de impostos e não possui nenhuma ligação direta com os critérios de concessão do Bolsa Família.
Programas como a Nota Fiscal Cidadã (vigente em diversos estados) oferecem inclusive benefícios como sorteios e cashback para quem adere à prática. Portanto, registrar o CPF ao fazer compras não é, por si só, motivo para cancelamento do auxílio.
Mas então, por que há benefícios sendo cortados?
Apesar de o CPF na nota não afetar diretamente, o consumo declarado — especialmente se for incompatível com a renda informada no Cadastro Único — pode gerar investigações. Exemplo: se uma família com renda de R$ 200 por pessoa compra uma moto nova à vista, isso acende um alerta nos sistemas de controle social.
Situações que mais geram bloqueios:
- Renda acima de R$ 218 por pessoa sem atualização no cadastro;
- Falta de atualização cadastral a cada dois anos;
- Compras incompatíveis com o padrão de renda;
- Descumprimento de condicionalidades (frequência escolar e vacinação infantil);
- Inatividade prolongada (não sacar o benefício por meses).
Atualização do Cadastro Único: ponto crítico
É obrigatório manter os dados sempre atualizados no Cadastro Único (CadÚnico). Toda alteração — como mudança de endereço, número de membros da família ou renda — deve ser informada imediatamente no CRAS da sua cidade ou unidade de atendimento do CadÚnico.
Atenção: quem não faz a atualização pode ter o benefício suspenso ou cancelado, mesmo que continue dentro dos critérios exigidos.
Condicionalidades do programa: fique atento
Para continuar recebendo o Bolsa Família, é preciso cumprir as exigências em saúde e educação:
- Crianças devem estar matriculadas e frequentando a escola regularmente;
- Vacinação deve estar em dia conforme o calendário do SUS;
- Pré-natal deve ser acompanhado em caso de gestantes.
O não cumprimento pode levar à suspensão temporária ou cancelamento definitivo.
Regra de proteção: o que é?
Caso a renda da família ultrapasse o limite de R$ 218 por pessoa, mas permaneça abaixo de R$ 706, o núcleo familiar pode ser enquadrado na regra de proteção. Isso significa que o pagamento do Bolsa Família continuará por até 2 anos, mas com valor reduzido pela metade.
Dicas para evitar o bloqueio do Bolsa Família
- Atualize o CadÚnico sempre que houver mudança;
- Mantenha a frequência escolar e a vacinação em dia;
- Saque o benefício regularmente (não acumule por meses);
- Seja transparente ao informar a renda e composição familiar;
- Guarde comprovantes de renda, caso precise comprovar futuramente.
O uso do CPF na nota fiscal não cancela o Bolsa Família, mas a forma como você consome e mantém seus dados atualizados sim. Famílias que não respeitam os critérios ou omitem informações correm risco real de bloqueio, principalmente neste mês de setembro, quando o governo realiza reavaliações em massa.
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