Sanções internacionais e decisão de Dino colocam bancos em alerta: ainda vale a pena investir?

A recente decisão do ministro da Justiça, Flávio Dino, de limitar a aplicação automática de sanções internacionais, como as previstas na Lei Magnitsky dos EUA, acendeu um sinal amarelo no sistema bancário brasileiro. A medida pode colocar os bancos nacionais sob risco de sanções secundárias, caso mantenham contas vinculadas a pessoas físicas ou jurídicas sancionadas no exterior — um risco que, embora remoto, não pode ser ignorado por investidores atentos.

A preocupação cresce à medida que o setor continua sendo uma das engrenagens mais lucrativas da economia nacional. Mesmo com inadimplência em alta em alguns segmentos, os grandes bancos seguem apresentando resultados sólidos, impulsionados por margens financeiras elevadas, diversificação de produtos e avanços tecnológicos.

Itaú Unibanco (ITUB4): líder absoluto em lucratividade

Com lucro recorrente de R$ 11 bilhões no 2º trimestre de 2025, o Itaú manteve seu status como o maior banco privado do país. A valorização de suas ações já chega a 35% no ano, e o dividend yield ultrapassa os 8% nos últimos 12 meses. Sua ampla presença internacional, atuação diversificada e histórico centenário reforçam sua solidez.

Destaques:

  • Margem financeira elevada

  • Receita crescente com seguros e serviços

  • Inadimplência de 90 dias controlada

  • Forte reconhecimento de marca na América Latina

Bradesco (BBDC4): reestruturação dá resultados

Após um período turbulento, o Bradesco iniciou uma retomada em 2024 com mudanças na gestão. O lucro de R$ 6 bilhões no 2T25 representa alta de 30% e sinaliza que o banco está colhendo os frutos da reorganização. O dividend yield se aproxima dos 8%, e as ações subiram 44% em 2025.

Destaques:

  • Foco na redução de despesas

  • Crescimento em seguros (R$ 2,3 bi de lucro)

  • Margem financeira e receita de serviços em alta

  • Inadimplência estável, porém levemente elevada

Santander Brasil (SANB11): forte atuação em PME

Com lucro de R$ 3,65 bilhões no 2T25 (alta de 10%), o Santander mostra consistência, apesar de um payout de dividendos mais modesto (6,37%). Destaca-se pela forte atuação com pequenas e médias empresas e crescimento em cartões, consórcios e capitalização.

Destaques:

  • Forte digitalização

  • Receita crescente em múltiplas frentes

  • Ações com alta de quase 15% no ano

  • Inadimplência em leve queda

Banco do Brasil (BBAS3): queda brusca nos lucros preocupa

O Banco do Brasil teve uma queda de 60% no lucro anual, impactado sobretudo pela inadimplência no setor do agronegócio. O lucro do 2T25 foi o menor em 5 anos, e as ações recuaram quase 13% no ano. Apesar disso, segue entre os maiores pagadores de dividendos da Bolsa, com yield de até 11,3% nos últimos 12 meses.

Destaques:

  • Alta exposição ao agro traz riscos cíclicos

  • Queda no pagamento de dividendos

  • Marca forte, mas abalada pela instabilidade

  • Incerteza com novas concessões de crédito

Nubank (ROXO34): o digital que superou o tradicional

Com mais de 100 milhões de clientes e lucro de US$ 637 milhões (alta de 42%), o Nubank deixou de ser motivo de piada para se tornar o maior banco digital da América Latina. Suas ações subiram quase 10% em 2025 e o banco ainda não paga dividendos, focando em reinvestimento.

Destaques:

  • Inadimplência sob controle

  • Forte expansão de base de clientes

  • Entrada de Roberto Campos Neto na equipe

  • Venda bilionária de ações por David Vélez sem sinal de crise

Ainda vale a pena investir em bancos?

Mesmo com o cenário jurídico instável e riscos setoriais pontuais, os grandes bancos brasileiros continuam operando como verdadeiras máquinas de geração de caixa. O investimento em ações bancárias oferece dividendos recorrentes, potencial de valorização e participação em empresas fundamentais para a economia nacional.

Segundo analistas, Banco do Brasil e Bradesco oferecem os dividend yields mais atrativos para o segundo semestre de 2025, entre 7% e 9% ao ano. Itaú segue como o mais consistente. Já o Nubank surge como aposta de longo prazo em crescimento.

Para quem deseja diversificar com pouco, é possível montar uma carteira com ações dos cinco principais bancos gastando cerca de R$ 100. A decisão, portanto, não é apenas sobre rentabilidade, mas sobre mentalidade: você quer continuar como cliente ou se tornar sócio?

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