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Os pesquisadores fizeram uma ampla revisão científica avaliando 304 patossistemas (conjunto formado por patógeno e planta hospedeira) relacionados a 32 das principais culturas agrícolas do Brasil entre 2005 e 2022.De acordo com as análises, foi identificado que, pelo menos, 46% das doenças agrícolas brasileiras devem se tornar mais severas até o ano de 2100. E as culturas mais afetadas serão as de arroz, milho, soja, café, cana-de-açúcar, hortaliças e frutasO aumento das temperaturas e as alterações nos padrões de chuvas vão favorecer a proliferação de doenças causadas por fungos patogênicos, como antracnose e oídio, e de vetores de doenças como pulgões, cochonilhas, tripes e moscas-brancas. Neste caso dos insetos, a consequência é um risco elevado para culturas como batata, banana, tomate, citros e milho, que já são afetados por essas pragas.As mudanças climáticas podem ainda reduzir a eficácia dos defensivos agrícolas, exigindo um maior controle fitossanitário. O uso de produtos químicos pode se tornar menos eficiente ou exigir mais aplicações, o que aumenta custos e riscos ambientais.“A previsão de doenças em um cenário de mudança climática é um desafio complexo que exige a continuidade das pesquisas e implementação de novas estratégias de adaptação”, explicou em um comunicado Francislene Angelotti, pesquisadora da Embrapa Semiárido (PE) e autora principal do estudo.Diante desses resultados, os pesquisadores destacam a importância de uma ação coordenada entre pesquisa, políticas públicas e agricultores para proteger os campos brasileiros, como: análises de risco, prevenção e adaptação, o fortalecimento da vigilância fitossanitária, a ampliação de investimentos em pesquisa e o incentivo à cooperação internacional.O estudo destaca que as mudanças climáticas já estão moldando o futuro da agricultura brasileira. Por exemplo, o cenário de defensivos agrícolas menos eficientes já está impulsionando a procura por alternativas, especialmente os chamados agentes biológicos de controle, como os biopesticidas.