
Maria Aparecida da Silva, presidente e fundadora da Sociedade Beneficente Mão Amiga, em Juiz de Fora
Reprodução/TV Integração
Maria Aparecida da Silva, conhecida como Dona Cida, morreu na noite deste domingo (24), aos 63 anos. Presidente e fundadora da Sociedade Beneficente Mão Amiga, em Juiz de Fora, ela dedicou mais de três décadas ao atendimento de famílias em situação de vulnerabilidade no Bairro Vila Olavo Costa e região.
Segundo o filho, Janderson Silva Ferreira, e o neto, Wendel Araújo Ferreira, Dona Cida teve uma infecção urinária não tratada, que evoluiu para uma infecção generalizada. Ela faleceu na UPA 24h do Bairro Santa Luzia.
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Morre aos 63 anos Cida, presidente da ONG ‘Mão Amiga’
“No sábado (16), ela vomitou muito, passou o dia na UPA, recebeu soro e voltou para casa. No dia seguinte, acordou pior. Quando o marido a ajudava no banheiro, ela desmaiou. Chamaram o Samu, a pressão estava muito baixa, e ela foi levada novamente à UPA, mas não resistiu. Foi tudo muito rápido”, relatou o filho Janderson Silva.
Mãe de 14 filhos — sete biológicos e sete adotados — e avó de mais de 30 netos, Dona Cida nasceu em Além Paraíba e se mudou para Juiz de Fora aos 17 anos, quando estava grávida da primogênita.
“Eu acho que a maior mensagem que ela deixou foi saber dividir e amar, porque, além de dividir o que tinha, ela amava o que fazia. É o legado do amor ao próximo”, disse a filha Joana Silva.
Dona Cida, Mão Amiga; juiz de fora
Reprodução/TV Integração
Inicialmente, Dona Cida viveu no Bairro Jóquei Clube, onde conheceu o marido. Depois, mudou-se para o Bairro Furtado de Menezes, onde iniciou os trabalhos sociais e fundou a ONG Mão Amiga.
“Minha mãe é um grande exemplo de amor. Crescemos vendo esse trabalho dela com a ação social. Mas os filhos, os netos, nós vamos dar continuidade ao trabalho dela. Ela amava muita gente, ela amava o que fazia. Aquilo, para ela, não era um trabalho — era amor”, contou o filho Janderson Silva.
Conforme a família, a inspiração para a vida solidária veio da própria Cida, que, mesmo tendo pouco, dividia com vizinhos e conhecidos as doações que recebia para sustentar os filhos.
Mão Amiga
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A história da Sociedade Beneficente Mão Amiga começou em 1984. Dona Cida trabalhava como faxineira quando percebeu que, em um abatedouro vizinho à casa onde prestava serviços, partes de frango eram descartadas.
Ao receber baldes com dorsos de frango, decidiu dividir com a comunidade. A iniciativa simples se transformou em campanhas e projetos que, ao longo de 41 anos, marcaram a vida de diversas pessoas em Juiz de Fora.
Premiada no quadro do ‘Inspiração’ do ‘Melhores do Ano’
Dona Cida foi homenageada pela TV Globo em 2022
Mão Amiga/Divulgação
Em 2022, Dona Cida foi uma das premiadas no quadro “Inspiração”, em uma edição do “Melhores do Ano”, no programa Domingão com Huck, da TV Globo.
“Foi na minha dificuldade como mãe de família e empregada, anos atrás, na Vila Olavo Costa, que tomei uma decisão: fazer de tudo para amenizar as dificuldades e o sofrimento das famílias em vulnerabilidade, lhes dando a oportunidade de uma vida mais digna”, afirmou Cida na época.
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