A renda fixa atingiu um marco histórico no Brasil: 100 milhões de investidores registrados, segundo dados referentes ao segundo trimestre de 2025. O avanço representa um crescimento de 20% em relação ao mesmo período de 2024, elevando o volume total aplicado para R$ 2,9 trilhões.
Especialistas apontam que o cenário de juros elevados — com a Selic em torno de 15% — tem sido o principal atrativo para que milhões de brasileiros optem por aplicações mais seguras, como títulos públicos e CDBs.
Mudança de comportamento do investidor brasileiro
Segundo o economista Fabrício, entrevistado pelo UOL, a preferência crescente pela renda fixa é reflexo não apenas das taxas de juros, mas também de uma mudança cultural e educacional.
“A alta da Selic naturalmente atrai investidores para ativos seguros. Mas vemos também uma nova geração, mais informada, que busca se planejar para o futuro e para a aposentadoria”, destacou.
A educação financeira ganhou força no país, impulsionada por programas de mídia, influenciadores digitais e maior acesso a informações de investimento. O brasileiro, que antes se limitava à poupança, agora diversifica em opções de renda fixa, consideradas de baixo risco.
Previdência e planejamento de longo prazo
Outro fator que fortalece essa tendência são as mudanças nas regras previdenciárias. Cada vez mais, os jovens estão criando reservas próprias para garantir estabilidade no futuro. Assim, a renda fixa passa a ser vista como ferramenta estratégica para aposentadoria e preservação de capital.
Impacto macroeconômico
O economista também ressaltou que o cenário de juros altos gera impacto direto na economia real. Empresas, diante do custo elevado de crédito, tendem a adiar projetos de expansão, enquanto investidores optam por rentabilizar recursos de forma conservadora.
Esse movimento é cíclico: quando os juros caem, os investimentos em renda fixa tendem a se acomodar, abrindo espaço para maior participação da renda variável e do consumo interno.
Expectativa de deflação e inflação futura
Além da marca histórica na renda fixa, o mercado acompanha a divulgação do IPCA-15 de agosto, que pode indicar a primeira deflação em meses. A expectativa é de alívio momentâneo na inflação, sobretudo por fatores sazonais e pela redução de preços de alguns alimentos. Contudo, especialistas alertam que o índice pode voltar a subir em setembro, refletindo ajustes nos preços administrados e pressões externas.
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