Mercado de motos mantém ritmo acelerado no Brasil

O mercado de motocicletas segue em alta no Brasil e deve manter o fôlego nos próximos meses, impulsionado pelo aumento da procura por alternativas de mobilidade mais econômicas e pelo crescimento do setor de delivery.Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), no acumulado de janeiro a julho, foram registradas 1.222.463 motocicletas, avanço de 12,18% em relação ao mesmo período do ano passado. A Honda CG 160 segue líder absoluta do mercado, com 43.230 emplacamentos em julho. Na sequência, aparecem a Honda Biz (22.470 unidades) e a NXR 160 Bros (18.988).A hegemonia da Honda se confirma com nove modelos entre as 20 mais vendidas do mês. A Yamaha emplacou seis motocicletas no ranking, com destaque para a Factor, que somou 7.733 unidades.Entre as marcas em ascensão, a Shineray apresentou crescimento de 86,8% nos sete primeiros meses do ano, com 70,5 mil unidades vendidas.O desempenho de vendas é acompanhado pela indústria. Dados da Abraciclo, associação que reúne fabricantes do setor, apontam que a produção totalizou 1.141.011 motocicletas de janeiro a julho, alta de 12,4% e o melhor resultado para o período nos últimos 14 anos.“A indústria segue mantendo um ritmo consistente de produção para atender à demanda do mercado. No entanto, o segundo semestre pode ser bastante desafiador, devido ao cenário macroeconômico”, afirmou o presidente da Abraciclo, Marcos Bento.OtimismoNas concessionárias, o clima é de confiança. Em Salvador, o diretor comercial do Grupo Motopema (Honda), Kidy Cordeiro, vê espaço para expansão acima da média. “O crescimento de produção em julho, aliado ao crescimento acumulado no ano, demonstra pujança significativa do setor de duas rodas no Brasil. A motocicleta tem se mostrado uma solução para diversos problemas enfrentados pela sociedade, entre eles o aumento do custo de combustível, engarrafamentos e a busca pelos serviços de delivery”, afirma.

Leia Também:

Elétrico da BYD beira os 500 km/h e bate recorde mundial

Preço de carro usado despenca na Bahia e anima consumidores de Salvador

CAOA Chery oferece descontos de quase R$ 17 mil em agosto de 2025

O executivo projeta crescimento superior a 16% nas vendas do grupo até o fim de 2025. “O aumento dos preços dos carros, o avanço do delivery e o baixo custo de manutenção das motos foram determinantes para essa alta”, completa.Novas marcasO sócio-diretor do Grupo Motofácil (Yamaha),Cláudio Cotrim, avalia que o mercado de motocicletas segue em forte expansão, impulsionado pela crescente demanda de trabalhadores que buscam no veículo uma alternativa de renda, assim como ocorreu com o Uber no passado e hoje acontece com o delivery. Para ele, esse movimento exige cautela do consumidor, já que o crescimento acelerado da baixa cilindrada tem atraído novos players com produtos baratos.“É importante fazermos uma análise um pouco mais criteriosa do mercado de motocicletas, a demanda é crescente mesmo, pois a motocicleta é uma das melhores ferramentas para o encaixe do trabalhador ao mercado informal, como foi o Uber há um tempo atrás, está sendo o delivery hoje. […] Entretanto não podemos esquecer que produto barato tende a não ter tanta qualidade, e o mercado está se enchendo de produtos baratos que qualidade duvidosa, sem garantia, sem assistência técnica e valor de revenda”, afirmou.Juros altos“Hoje, o que pesa de fato na decisão de compra é o valor da parcela. Com as taxas de juros elevadas e as financeiras mais rigorosas na aprovação do crédito, muitos consumidores acabam limitados às opções de menor custo. Assim, as motocicletas mais baratas acabam sendo as que cabem no orçamento do cliente ou, muitas vezes, as únicas que conseguem ter o financiamento aprovado pelo banco.”

Adicionar aos favoritos o Link permanente.