Pai de bebê que morreu após ser levada a hospital com marcas de agressão é indiciado por homicídio e maus-tratos, diz polícia


Segundo a polícia, bebê vivia em ambiente insalubre, em Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
O pai da bebê que morreu após ser levada ao hospital com marcas de agressão foi indiciado por homicídio qualificado e maus-tratos, de acordo com a delegada responsável pelo caso, Aline Cardoso, ao g1. Segundo ela, o inquérito do caso foi concluído e enviado ao Ministério Público.
A bebê foi levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Anápolis, na região central de Goiás, pelo suspeito no dia 11 de agosto. A morte da criança foi confirmada pelo hospital à Polícia Civil no dia 14 do mesmo mês. O g1 não conseguiu localizar a defesa dos pais da criança.
Segundo a Polícia Civil, já havia denúncias anteriores contra os pais da bebê sobre gritos vindos da casa da família ouvidos por vizinhos e supostas agressões contra a bebê e outros três filhos do casal. Por conta disso, as crianças foram entregues à avó materna pelo Conselho Tutelar.
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Durante as investigações, ao visitar a residência do casal, a delegada relatou que as crianças viviam em um ambiente insalubre.
Segundo a polícia, filhos de casal viviam em situação insalubre, em Goiás
Divulgação/Polícia Civil
Aline afirmou que a mãe das crianças também foi indiciada no inquérito por maus-tratos.
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Sobre a morte da bebê, a polícia concluiu que ela sofreu um trauma cranioencefálico (TCE), mas o que foi utilizado para causar a lesão na criança não foi identificado.
O documento foi enviado ao Ministério Público no dia 20 de agosto, que ainda não havia se manifestado sobre até a noite de terça-feira (26), segundo Aline.
O pai da bebê segue preso preventivamente, enquanto a mãe respondia pelo crime em liberdade até a última atualização desta reportagem, segundo a polícia.
Entenda o caso
Morre bebê de Anápolis que ficou internado após suspeita de agressão
O pai da criança, de 31 anos, foi preso suspeito de agredir a filha, uma bebê de três meses, em Anápolis, região central de Goiás, segundo a Polícia Civil. De acordo com a delegada, o suspeito deu entrada em uma UPA com a criança alegando que ela teria se engasgado com leite.
“A criança já chegou em parada cardiorrespiratória. No entanto, a versão do pai logo foi contestada pela equipe médica, que constatou que a criança apresentava lesões incompatíveis com o relato de engasgo”, afirmou Aline.
A bebê passou por exames e uma tomografia constatou que ela estava com um traumatismo cranioencefálico grave, segundo a delegada.
Com o resultado, a equipe médica chamou o Conselho Tutelar, que entrou em contato com a polícia. Os agentes foram até o local e o suspeito foi preso em flagrante e autuado pelo crime de tentativa de homicídio — que, segundo a delegada, depois foi convertido em homicídio qualificado, com base na “Lei Henry Borel”.
🔍 A “Lei Henry Borel” estabelece medidas protetivas para crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica e familiar.
Depoimento
Após ser preso, o suspeito insistiu na história do engasgo, mas tentou alterar a versão após ver o laudo, de acordo com a delegada.
“Quando a gente mostrou o laudo, ele tentou justificar que talvez possa ter batido a cabeça da criança sem querer na madeira do sofá enquanto fazia uma manobra para ressuscitar, ou que pode ter sacudido a criança enquanto corria para pedir socorro, mas as explicações não justificam as lesões que a bebê apresenta”, explicou Aline.
A mãe da criança também foi ouvida no dia em que o pai foi preso e afirmou à polícia que estava trabalhando e deixou a bebê com o marido quando o fato aconteceu. Segundo a instituição, ela foi liberada após prestar depoimento.
Denúncias ao Conselho Tutelar
A delegada Aline explicou que, em março, surgiram denúncias de vizinhos de que o casal gritava muito com as crianças e o pai também agredia os filhos. Além disso, as denúncias também mencionavam que a casa era muito suja e que os menores viviam em situação de maus-tratos e abandono.
Aline destacou que as queixas foram acompanhadas pelo Conselho Tutelar e que, após o nascimento da bebê de forma prematura, o conselho acompanhou a liberação hospitalar dela, que foi entregue à avó materna em junho, junto com os demais filhos do casal após apuração do órgão sobre a situação insalubre em que as crianças viviam.
A polícia ainda busca confirmar o dia em que os pais buscaram a bebê sem comunicar o Conselho Tutelar, mas segundo a delegada, as investigações apontam que pode ter acontecido cerca de duas semanas antes do fato.
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