
Guilherme e Paula voltavam de Alexânia para o Paraguai quando o carro foi atingido por uma caminhonete na BR-060
Arquivo pessoal/Guilherme Sampaio e O Correiro News/Reprodução
O estudante de medicina Guilherme Sampaio, de 22 anos, que sofreu um acidente de carro na BR-060 no dia 17, recebeu alta nesta quarta-feira (27) da Santa Casa de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde ele estava internado. O marido da também estudante de medicina Paula Abrantes da Silva, que morreu no acidente, está usando cadeira de rodas porque não pode forçar as pernas.
“Eu terei que tomar algumas medicações. Estou com algumas dores fortes pelo corpo, porém fizeram exames de imagem e disseram que é devido à forte pancada. Só posso me locomover de cadeira de rodas, mas a recomendação do médico é ficar deitado para não forçar o local da fratura”, contou Guilherme ao g1.
O estudante disse que os médicos confirmaram que ele não deve voltar a andar antes de 90 dias do acidente. Ele foi submetido a duas cirurgias: uma na perna esquerda e outra na bacia. Ele também se recupera de uma fratura no quadril. Guilherme vai voltar para Alexânia, no entorno do Distrito Federal, ainda nesta quarta, indo de avião até Brasília e de carro no restante do trajeto. “O médico disse que só daria alta se fosse para voltar de avião, pois de carro é muito arriscado para a cirurgia, além de ser longe”, explicou.
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‘Não sei como vou lidar’
Ao g1, Guilherme contou que ainda não sabe como vai lidar psicologicamente com a perda da esposa. Eles moravam juntos na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, onde cursavam medicina na Universidad Sudamericana. Paula, que estava no terceiro ano de medicina, planejava ser endocrinologista. Guilherme, que está no segundo ano, ainda não sabe qual especialidade vai seguir, mas gosta de cirurgia.
“Eu não quero de jeito nenhum desistir da faculdade. Mas, como nós dávamos suporte um ao outro lá, não sei como vou fazer. Não sei como vou conseguir lidar com tudo isso, psicologicamente. Vou ter que fazer todo um preparo psicológico”, afirmou ao g1.
Guilherme e Paula estavam juntos havia mais de três anos. As famílias dos dois, ambas de Alexânia, já se conheciam. O casal começou a se relacionar quando Paula começou a compartilhar com ele dicas e informações relacionadas à faculdade de medicina no Paraguai.
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O acidente
Guilherme e Paula voltavam de Alexânia, onde tinham passado alguns dias com as suas famílias, para o Paraguai. No final da tarde do dia 17, um domingo, o carro em que eles estavam viajando foi atingido de frente por uma caminhonete que vinha no sentido contrário, na outra pista da BR-060, e saiu de trás de um caminhão.
“Eu lembro que um caminhão estava vindo na outra via, no sentido contrário. De repente, só vi uma caminhonete na minha frente e veio o choque. Na hora, eu ainda gritei ‘não’ e apaguei”, contou Guilherme.
Guilherme só ficou sabendo da morte da esposa na Santa Casa de Campo Grande. Foi a mãe dele que lhe deu a notícia, após ele passar pela primeira cirurgia, na perna esquerda. “Foi muito difícil. A reação dele foi de desespero. Ele ficou dizendo que queria ter ido no lugar dela. Eles se davam muito bem, foram bastante felizes juntos”, contou Keila Sampaio, mãe de Guilherme, ao g1.
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