O casal que comeu uma torta de frango contaminada por toxina botulínica, de uma padaria de Belo Horizonte, ficou com sequelas. João Vitor Carrilho Reis, de 24 anos, e Fernanda Isabella de Morais Nogueira, de 23, foram internados em estado grave em abril deste ano após comprarem o alimento na Padaria Natália, no bairro Serrano, na região da Pampulha.
Durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (27), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que os dois ficaram problemas físicos devido à contaminação, mas que as sequelas de João foram um pouco mais grave. “Embora as sequelas sejam parecidas, os sintomas dele parecem mais graves do que os da moça. Entre os principais problemas estão dificuldade na visão, coordenação motora fina comprometida e perda de força, tudo relacionado à musculatura”, explicou a delegada Eliane Seda, Titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor.
A tia de Fernanda, Cleuza Maria, de 78 anos, também consumiu a torta. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória em casa e foi reanimada pelo filho, antes de ser levada até um hospital. “Os três seguiram internados, porém a a senhora estava em coma e não teve melhora no quadro de saúde”, disse a delegada. A idosa morreu cerca de um mês após ser hospitalizada.
Dono de padaria e padeiro são indiciados
De acordo com a PCMG, o proprietário da padaria e o padeiro foram indiciados por “homicídio culposo”, “lesão corporal culposa” e por violação do artigo 7º da Lei 8.137, que trata de produto impróprio para consumo. A padaria, que já havia sido interditada, encerrou suas atividades no local em agosto de 2025, segundo atualização da Prefeitura de Belo Horizonte.
A corporação informou que a contaminação do alimento por toxina botulínica se deu por uma sequência de “negligências graves”. As investigações identificaram diversas irregularidades e “condições insalubres” na padaria, como:
- armazenamento inadequado de alimentos, com carnes cruas misturadas a produtos prontos;
- alimentos destampados e expostos;
- condições de higiene precárias e estufas mal higienizadas;
- falta de alvarás e licenças para funcionamento;
- modelo de contratação irregular de funcionários.
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