MP-SP denuncia à Justiça tutor que cortou patas de cavalo com facão em Bananal; animal estava vivo durante mutilação


Laudo conclui que cavalo ainda estava vivo quando teve as patas mutiladas por tutor
O Ministério Público de São Paulo denunciou à Justiça Estadual o tutor do cavalo que foi mutilado com um facão em Bananal, no interior de São Paulo. Segundo a polícia, o animal estava vivo quando teve as patas cortadas e morreu após a mutilação.
No documento, protocolado na semana passada, o promotor solicitou que a Justiça acate a denúncia por maus-tratos contra Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, e destacou que não apoia nenhuma medida branda, diante da gravidade do caso.
“Consta que Andrey, com emprego de método cruel, praticou ato de abuso, maus-tratos, ferindo e mutilando um animal doméstico (equino), causando-lhe a morte”, narrou.
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“Deixo de oferecer qualquer medida despenalizadora (transação, suspensão, condicional do processo ou ANPP), tendo em vista que as circunstâncias extrapolaram os limites ordinários do tipo, revelando-se a culpabilidade exacerbada”, afirmou o promotor no pedido.
Ainda na denúncia feita pelo MP-SP, o órgão classificou o ocorrido como um ato “cruel e covarde”, alegando que a mutilação provocou um sofrimento desnecessário ao animal.
“O fato foi praticado com extrema crueldade, de forma covarde, causando intenso e desnecessário sofrimento ao animal, consistente na submissão dele à exaustão e posterior mutilação dolosa de seus membros, com emprego de arma branca (facão), evidenciando periculosidade social e um desrespeito à vida”, completou.
A denúncia feita pelo Ministério Público é com base na Lei de Crimes Ambientais, que pode condenar a um período de três meses a um ano de prisão e também multar por praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais – a pena é aumentada em até um terço se ocorre a morte do animal.
Além disso, o MP destacou que há circunstâncias que agravam a pena nesse caso, pelo tutor ser acusado de cometer o maus-tratos com emprego de métodos cruéis.
Até a última atualização desta reportagem, a Justiça ainda não havia avaliado a denúncia do MP-SP.
Na semana passada, o tutor do cavalo, Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, confessou a mutilação do animal, mas alegou que o cavalo já estava morto quando as patas foram decepadas. Ele disse estar arrependido e narrou que estava ‘embriagado e transtornado’ quando cometeu a mutilação.
O g1 tenta contato com a defesa de Andrey nesta quarta-feira (27). A reportagem será atualizada caso ele ou os advogados se manifestem.
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Reprodução/TV Vanguarda
Morte em cavalgada
A Polícia Civil investiga uma denúncia de maus-tratos a um cavalo mutilado com um facão em Bananal, no interior de São Paulo. O animal morreu.
Segundo a Polícia Civil, os policiais receberam denúncias de que o tutor do cavalo teria cortado as patas do animal após uma cavalgada na zona rural da cidade, no último dia 16 de agosto.
Após a repercussão do caso, na segunda-feira (18) a polícia ouviu o tutor do cavalo, de 21 anos, e uma testemunha.
Consta no boletim de ocorrência que, em depoimento, a testemunha afirmou que ele e o tutor estavam em uma cavalgada, cada um com um cavalo, quando o cavalo branco ficou cansado, parou de andar e deitou no chão.
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A testemunha afirmou que, nesse momento, o tutor do cavalo branco disse: “se você tem coração, melhor não olhar” e em seguida o jovem tirou um facão que estava na cintura e desferiu um golpe na pata do animal, cortando-a.
Diante da situação, a testemunha disse que passou mal e foi embora do local sem o tutor, sem saber o que aconteceu a seguir.
Segundo o boletim de ocorrência, o tutor do animal confirmou que mutilou o animal com o facão, mas ele alegou que o animal já estava morto quando fez isso.
O caso foi registrado como prática de ato de abuso a animais, com agravamento pela morte do animal e segue sendo investigado. Ninguém foi preso.
Imagem viralizada mostra cavalo branco caído no chão antes de mutilação em Bananal, SP.
Reprodução/Redes sociais
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Reprodução/TV Vanguarda
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