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Conforme o diretor presidente da CAR, Jeandro Ribeiro, “estes equipamentos agroindustriais têm mudado a vida de cada um que está lá”, afirmou, acrescentando que “é um modelo mais acertado de distribuição de renda, a partir de um equipamento agroindustrial liderado por uma cooperativa ou por uma associação”.Para dinamizar o modelo de desenvolvimento, o estado lançou a ação ‘Agroindústria Familiar da Bahia’, que disponibiliza apoio técnico de infraestrutura e para soluções de gestão, produção e comercialização das agroindústrias.No projeto está prevista também a discussão de temas como certificação orgânica, rastreabilidade e estratégias fiscais, bem como o aumento da competitividade das agroindústrias familiares.A Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) também participa do processo de incentivo às Organizações Produtivas do estado. Através da linha de crédito Coopergiro, com recursos do Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico (Fundese), projetos e programas executados pela SDR/CAR tem apoio para financiamento da produção e para comercialização dos seus produtos.Professor destaca benefícios sociais da atividadeConsumidor fiel dos produtos da agroindústria familiar, o professor Osvaldo Carneiro, que mora em Feira de Santana, destacou que além da qualidade dos alimentos, “o sabor também é superior, o que valoriza essa produção livre de conservantes”.Para ele, também são importantes as memórias afetivas que lhe despertam esses alimentos, por exemplo, ao degustar os tradicionais beijus, como parte da sua infância, “que é o que mais consumo, assim como a farinha de mandioca e a tapioca granulada”, revelou.Segundo Carneiro, que atua como diretor do Centro Público de Economia Solidária (Cesol) Portal do Sertão e Sisal, a atividade dos produtores da agroindústria familiar é muito importante para as próprias famílias envolvidas e as comunidades.Sem esconder o entusiasmo com a qualidade de produtos regionais, citou ainda o beneficiamento de frutas, como acerola, umbu, caju, goiaba e manga. Transformadas em polpas, são comercializadas na região e na capital.A referência é a fábrica de polpa da Associação Comunitária da Matinha (Acom), na zona rural de Feira de Santana, que congrega mulheres da comunidade de raízes quilombolas.
| Foto: André Frutuôso / CAR/GovBA
A entidade começou a ser implantada em 2006 e desde 2010 produz as polpas. Mas foi em 2014 que conquistou a certificação pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A partir de então, participa do processo exigido para vender a produção à merenda escolar, contando com apoio das estruturas públicas por meio de editais para incrementar a produção cada vez mais.Assim como as mulheres da Matinha, outras associações e cooperativas estão atuantes no interior do município, que teve como um dos destaques agrícolas em 2024 a produção de mandioca, somando 1,4 mil toneladas, gerando R$ 932 mil.E, da raiz nativa da América Latina, além da farinha e da tapioca, as pequenas agroindústrias também produzem a fécula e a tapioca granulada, usada para o tradicional cuscuz de tapioca e mingaus. A partir dos derivados, também são comuns os sequilhos doces e salgados.