Sustentabilidade na construção: de diferencial a imperativo econômico

Sustentabilidade e inovação deixaram de ser opcionais na indústria da construção no Brasil e no mundo. Hoje, representam exigências do consumidor, regulamentações públicas e a urgência climática. Na Bahia, incorporadoras e incentivos públicos têm consolidado práticas capazes de reduzir impactos ambientais e, ao mesmo tempo, agregar valor aos empreendimentos por meio de eficiência energética, racionalização de recursos e responsabilidade social.O setor é um dos maiores consumidores de energia e água do país e responsável por grande parte dos resíduos sólidos urbanos. Programas como o IPTU Verde, o IPTU Amarelo e a Outorga Verde, em Salvador, mostram resultados expressivos: imóveis beneficiados pelo IPTU Verde saltaram de 2.252 em 2024 para 5.515 em 2025, aumento de 145% em um ano. O IPTU Amarelo, voltado à energia solar, cresceu de 165 para 182 inscrições no mesmo período. Essas iniciativas reduzem custos, incentivam a adoção de tecnologias sustentáveis e valorizam o imóvel.Segundo Rafael Valente, diretor de Sustentabilidade da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (ADEMI-BA), “esses programas criam uma mudança concreta na forma de construir e habitar as cidades. O IPTU Verde, o Amarelo e a Outorga Verde se tornaram referências, porque reduzem custos para o comprador e incentivam o uso de soluções como energia solar, reuso da água e mobilidade elétrica”. Ele ressalta ainda que “o Brasil está entre os dez países com maior área certificada pelo LEED, e na Bahia já surgem empreendimentos alinhados a padrões globais”.Boas práticasFundada em 2010, a JVF Empreendimentos consolidou-se ao longo de 15 anos como uma das construtoras de referência na Bahia, com 1.272 lares entregues e a geração de cerca de 500 empregos diretos e indiretos a cada projeto. A empresa tem sua atuação marcada pelo compromisso com práticas sustentáveis e pela adesão aos princípios ESG alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, incorporando tecnologias voltadas para eficiência energética, industrialização da construção e sistemas de ventilação e iluminação natural.De acordo com a diretora da JVF, Viviane Fonseca, “a sustentabilidade não é um adendo, mas o ponto de partida de nossos projetos. Trabalhamos para que cada empreendimento reduza impactos e, ao mesmo tempo, melhore a vida do morador”. Sobre o próximo lançamento, ela acrescenta: “será um projeto premium que une sofisticação e responsabilidade ambiental, pensado para um público que valoriza conforto, qualidade de vida e consciência ambiental”.Com três décadas de atuação, a MVL Empreendimentos Imobiliários, ao lado das marcas Pelia e Innova, já entregou 17 empreendimentos e mais de mil unidades residenciais, consolidando uma trajetória marcada pela inovação e pelo compromisso socioambiental. O grupo investe em telhado verde, reuso de água da chuva e do ar-condicionado, energia solar, elevadores inteligentes e estações de recarga para veículos elétricos, acumulando certificações como o IPTU Verde Ouro e o selo Azul da Caixa.“Os selos não são apenas prêmios, mas atestam um compromisso de longo prazo”, afirma Marcos Vieira Lima, diretor da MVL. “No Oke Horto, por exemplo, conseguimos unir contrapartidas urbanas e impacto social positivo a tecnologias que reduzem custos para os moradores. Essa combinação é o futuro da construção.”Prima EmpreendimentosA Prima Empreendimentos integra a sustentabilidade ao seu DNA desde a fundação, em 2005. Segundo Luciano Carneiro, diretor de Engenharia e Projetos, “o Grupo Prima tem na sustentabilidade um pilar central de sua estratégia de negócios, compromisso atestado por um robusto portfólio de certificações internacionais em seus empreendimentos”. Ele detalha: “Todos os projetos do grupo são concebidos de acordo com o rigoroso protocolo de sustentabilidade da empresa, que já lhe rendeu certificações locais – como o IPTU Verde – e internacionais – como o selo GBC na categoria LEED Platinum, conquistado no Sublime Horto House, com mais de 81 itens de conformidade relacionados à práticas sustentáveis, que vão desde conforto termoacústico, reuso de águas pluviais e geração de energia limpa, passando pela gestão de resíduos e origem dos materiais utilizados na construção”.Christiano Polillo, diretor Comercial e Marketing da Prima, acrescenta: “O Grupo Prima tem sua estrutura de gestão formada por um conselho de administração composto por membros das famílias acionistas e um conselho diretivo composto por seu CEO e quatro diretores executivos, que seguem rigorosos protocolos de compliance”.Com 18 anos de atuação no mercado imobiliário, a OR, braço de construção civil do Grupo Novonor – conglomerado com mais de 80 anos de história – já entregou mais de 90 empreendimentos em 22 cidades de nove estados brasileiros, gerando cerca de 600 empregos diretos e 1.200 indiretos. Reconhecida pelo compromisso com a sustentabilidade e a inovação, a empresa adota certificações como LEED, AQUA-HQE e EDGE Advanced, alcançando eficiência hídrica e energética acima de 40%.Seus projetos incorporam programas socioambientais que envolvem o reaproveitamento de resíduos, a capacitação de comunidades e o plantio de mudas nativas, fortalecendo a integração com o entorno e promovendo compensação de carbono. Segundo a responsável pela ESG da OR, Marília Duarte, a filosofia da empresa visa “unir alto padrão à responsabilidade ambiental. Projetos como o Legacy e o Monvert incorporam programas de reaproveitamento de resíduos, capacitação de comunidades e compensação de carbono. O resultado é um imóvel que gera menos impacto e mais valor para quem compra e para a cidade”.Incentivos e futuroAlém dos programas municipais, há estímulos estaduais e federais que tornam os imóveis sustentáveis mais competitivos. Linhas de crédito verdes, juros diferenciados e certificações que facilitam o acesso a financiamentos ampliam a vantagem econômica para quem compra. Isso significa que investir em um empreendimento sustentável é também garantir valorização de mercado e redução de custos de manutenção ao longo do tempo.“O setor da construção tem papel central na agenda climática e urbana. Incorporadoras baianas já avançaram muito e mostram que é possível aliar inovação, impacto social positivo e rentabilidade. A sustentabilidade deixou de ser diferencial para se tornar um imperativo econômico e civilizatório”, conclui Rafael Valente, diretor de Sustentabilidade da ADEMI-BA.
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